Aprender lições com a vida é dever de todos os educadores: pais, professores, lideranças comunitárias e religiosas. Educar, antes de dar lições, é aprender com a vida cotidiana e com as crises. Da pandemia da Covid-19 nos cabe tirar lições e compromissos para o presente e para o futuro. Não nos esqueçamos que a historia é a mestra da vida.
APRENDER é uma capacidade humana e condição da nossa própria humanidade. A tribulação, a incerteza, o medo e a consciência dos próprios limites, que a pandemia despertou, fazem ressoar o apelo a repensar nossos estilos de vida, nossas relações, a reorganização da nossa sociedade e, sobretudo, o sentido da nossa existência. Se tudo está interligado, é difícil pensar que esta crise mundial não tem a ver com nossa educação.
O QUE PODEMOS aprender
com a pandemia? Como iniciar novos processos que contribuam para o nascimento
de uma nova realidade educacional? Não existe solução fácil para problemas
difíceis. Priorizar a educação supõe empenho concreto que vai desde a família
até a elaboração de políticas públicas. Isso porque educar, é também, cuidar e
ajudar a ver a realidade para nos colocar a serviço do próximo.
A PANDEMIA nos colocou de
volta ao ambiente familiar. Nunca estivemos tanto tempo em casa. Esse ambiente
possibilitou a redescoberta da disciplina, da ajuda mutua, da
corresponsabilidade e dos limites da convivência familiar. Os pais são os
primeiros educadores de seus filhos e, quando a família não cumpre sua missão,
fica exposta aos contra valores oferecidos pela sociedade.
O BOM USO das redes
sociais e sua utilização para favorecer a partilha do conhecimento ficou ainda mais
evidenciado com a pandemia. É preciso acompanhar e utilizar de forma adequada
essa bela oportunidade de proximidade virtual que jamais supera ou exclui o
presencial. Agora, é preciso ousadia e criatividade em nossa capacidade de educar
em tempos pós-pandêmicos.
ESSA PANDEMIA está
passando. Essa tempestade mundial, já não assusta e devemos preparar uma nova geração
pós-pandêmica, mais humana, fraterna, justa e mais solidaria. Jesus, o melhor
de todos os educadores, o Mestre dos mestres, que “crescia em sabedoria, idade
e graça diante de Deus e dos homens” (Lc 2,52), abençoe e recompense os que
assumem a nobre missão de educar.
Dom Itamar Vian
Arcebispo Emérito
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