Com show de
reggae nos intervalos e 400 alunos em sala, o governo da Bahia promoveu ontem o
primeiro "Aulão Enem", uma tentativa de amenizar os efeitos da greve
de professores da rede estadual, que já dura 79 dias.
A primeira edição
da aula-show reuniu professores que, sobre um palco, falaram sobre crise no
Oriente Médio e impactos do narcotráfico no Brasil, entre outros assuntos.
Os
"aulões" fazem parte do pacote de medidas do governo voltado a alunos
do terceiro ano do ensino médio.
O conceito é
simples: muitos alunos na plateia, professores revezando o microfone e, nos
intervalos, música. "É um espetáculo. Diferente do que teríamos na sala,
com o professor próximo da turma", diz Jadson Almeida, 20, que quer cursar
enfermagem.
Larissa Lima, 16,
gostou da iniciativa por poder relembrar alguns temas. Mas, para ela, o
"aulão" busca disfarçar o impasse da greve. "Deveríamos ter
aulas normais e 'aulões' como complemento."

O professor Jorge
Portugal, conhecido na Bahia por seus programas educativos na TV, está à frente
da empreitada, como consultor da Abais.
A empresa fechou
outro contrato com o governo, de R$ 1,9 milhão, para fazer 175 programas de TV
com temas do Enem e de vestibulares.

Para a professora
da UFBA (Universidade Federal da Bahia) Sandra Marinho, os gastos são
discrepantes em relação ao ensino público.
"Temos
escolas em situação precária, com acervos de bibliotecas ameaçados. É a
mercantilização da educação e a desqualificação dos profissionais da rede
pública."
Em nota, o
governo disse que a Abais foi contratada pela "capacidade técnica,
pedagógica e de infraestrutura" e que 200 mil alunos serão beneficiados.
Ontem, cerca de 60 professores protestaram em frente à escola durante o "aulão".
(EDER LUIS SANTANA- http://www1.folha.uol.com.br)
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