terça-feira, 19 de junho de 2012

A primeira vez de uma mulher no sex shop

Há duas condições fundamentais para uma mulher entrar em um sex shop pela primeira vez: 1 – ela tem de estar acompanhada de uma amiga. 2 – tem de estar à procura de algo para terceiros. Quem me disse isso foi uma colega de infância.

Em voz baixa, em tom de confissão, começou assim: “Vou te contar, fui em um lugar incrível.  Era um lugar que, assim, vendia objetos íntimos”. Ela disse que tentava encontrar uma calcinha “mais ousada”  para o chá de lingerie de uma amiga do trabalho. “Mas aí, sabe, achei umas coisinhas bem interessantes, acho que vou voltar”.

Essa minha amiga não é assim uma mulher careta, bem longe disso.  Mas contava tudo aquilo como se tivesse feito algo errado, proibido, como o filme para maiores que a gente vê aos 12 anos ou a ida ao motel com a identidade da amiga (isso deve acontecer por aí, né…..)
Uma pesquisa da Sophia Mind Pesquisa e Inteligência de Mercado, empresa do grupo de comunicação Bolsa de Mulher, divulgou ao Mulher 7×7 um estudo inédito sobre o interesse do público feminino por sexshop. Boa parte das mulheres que não foram a um sex shop pretende ir. Entre as entrevistadas, 83% disseram ter vontade de entrar em sexshops e 71% afirmaram já ter visitado uma butique erótica. Mas o que será que elas procuram por lá? A maioria compra cremes, sabonetes e artigos para massagem (61%), vibradores (38%) e lingeries (36%).

O consumo só não é maior porque elas não arriscam compras online. Eu também não arriscaria. Já pensou entrar no mailing de lojas desse tipo e passar a receber e-mails, toda hora, com novidades do mercado? Imagine saltar em sua tela a foto do novo vibrador que vai revolucionar o mercado. Vamos combinar, pode pegar mal. É o tipo de serviço que tem que ser discreto. Pior, imagine você comprar pela internet e, de repente, um portador tocar a campainha da sua casa e seu filho dizer: “mamãe, esse pacote rosa escrito sex shop é pra você”.

A verdade é que a gente ainda se preocupa bastante com o que os outros podem dizer. Entre as mulheres que não foram ou não pretendem ir ao sex shop, a vergonha (36%) é o principal argumento, seguido da falta de companhia (30%), falta de companheiro (9%) e falta de oportunidade (4%). O site entrevistou 515 brasileiras entre 18 a 60 anos por questionários online. E você, já foi, pretende ir? Tem histórias de sex shop pra contar?




Luciana Vicária é editora-assistente de ÉPOCA em São Paulo

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