Um sinal bem claro disso foi a atitude
do presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves, que requisitou
um avião da FAB para ir com a noiva, familiares e amigos para o Rio de Janeiro,
para assistir à final da Copa das Confederações. Quando o fato foi denunciado
pela imprensa, ele se apressou em reconhecer o erro e pagar cerca de R$ 9 mil
pelo voo, quantia que eu duvido que cubra a despesa de deslocamento do avião. E
se não houvesse a denúncia, ele pagaria?
E como sempre acontece quando se levanta
uma ponta de tapete político, as sujeiras vão aparecendo, e logo alguém lembrou
que Renan Calheiros (o ladrão condenado que preside o Senado) também já usou
avião da FAB para ir ao casamento da filha de um amigo. São poucos os delitos
que chegam ao conhecimento do público, cometidos por quem deveria defender os
seus interesses. Afinal, são os impostos pagos pela sociedade que geram os
recursos com os quais são pagos os salários dos políticos, portanto, nossos
funcionários.
A presidente também não demonstra abalo
com o que acontece nas ruas. Das duas uma: Ou ela está muito segura de si ou
ainda não percebeu a gravidade da situação. Mas ela deve estar apostando na
velha tática de empurrar o problema com a barriga até que o povo se canse de
lutar e volta à sua bovina rotina de pastar calado.
Eu que já vivi em um regime de ditadura militar
e vi claramente o que é uma ditadura civil totalitária, e tenho pesadelos com a
teocracia, sou forçado a apostar minhas fichas de liberdade nas novas gerações.
Essa garotada que está nas ruas não parece ser do tipo que cansa facilmente e
nem se rende aos encantos do poder, como o fizeram seus antepassados dirigentes
da União Nacional de Estudante, que cooptados pelo governo vivem num silencio
criminoso diante de todos os horrores que promovem no País desde os anos 80.
Essa rapaziada é mais inteligente, tem
melhores ferramentas que fuzis e baionetas para derrubar este governo corrupto
e acabar com esta corja de salafrários. É neles que aposto num futuro melhor
para o Brasil, e peço desculpas por minha geração não ter lhes entregado um
país melhor. Mas, como disse Vandré, “quem sabe faz a hora, não espera
acontecer”.
“Na primeira noite eles se
aproximam e roubam uma flor do nosso jardim. E não dizemos nada. Na segunda
noite, já não se escondem: pisam as flores, matam nosso cão, e não dizemos
nada. Até que um dia, o mais frágil deles entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e, conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta. E já
não podemos dizer nada”.
Um comentário:
Parabéns, excelente exemplo de conhecimento sua opinião a Juventude Brasileira,
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