
A fertilidade da terra
inspirou Caminha a escrever ao rei de Portugal dizendo que “a terra é rica e
generosa, e em se plantando tudo dá”. Isso sem se falar nas riquezas minerais e
na floresta amazônica e na maior reserva de água potável do mundo. O país
deveria ser a maior potencia econômica do mundo, pois tem tudo que precisa para
tanto. E por que não é? Porque Deus colocou aqui o povo mais preguiçoso,
vaidoso e velhaco do mundo.
Emigrantes vindos da
Itália, Japão e Alemanha, por exemplo, gente afeita ao trabalho, aqui
prosperaram, e onde eles se instalaram estão os estados mais ricos e
desenvolvidos do Brasil. O mesmo não acontece onde predominou a tal raça
resultante da miscigenação de portugueses, africanos e índios. Não se trata de
preconceito, até porque pertenço a esta raça, é só uma simples constatação. E,
diga-se, irrefutável.
A maioria do povo
brasileiro não gosta de trabalhar. Tem uma tendência mórbida a se deixar
escravizar por governos, recebendo na mão as migalhas do poder (vide Bolsa
Esmola), sobrevivendo sem nenhuma dignidade e sem nenhuma iniciativa para
buscar realizações pessoais através do fruto do próprio suor.
Vivemos em festa,
jogando futebol, bebendo cachaça e sonhando em ganhar na loteria, ou, quiçá,
ter algum talento voltado para os palcos ou campos de futebol, que possa ser
descoberto num golpe de sorte e nos traga fama e dinheiro repentinamente, sem
que tenhamos feito nada para merecer. Caso contrário, uma boquinha na máquina
administrativa do poder serve. Cabides de emprego não faltam neste país das
maravilhas.
Vejamos o caso dos
médicos. Agora estão revoltados porque o governo disse que iria contratar
médicos no exterior para ocupar vagas nas regiões mais remotas do País. Na
verdade, há uma jogada política bem maior e tenebrosa por trás dessa
justificativa do governo para ir buscar milhares de médicos em Cuba. Mas, uma
coisa é incontestável: nenhum médico do Brasil, nem mesmo os recém formados,
querem ir para os pequenos centros.
Até os que saíram do
interior e foram estudar nas grandes cidades, não querem retornar às suas
origens depois de formados. Falta-lhes o espírito público, de pensar em
contribuir para o desenvolvimento das suas regiões. Falta-lhes o espírito de
pioneirismo, para desbravar fronteiras e construir novos rincões. Falta-lhes
coragem para deixar a casa dos pais e voar com suas próprias asas e construir
suas novas moradas. E aliado a isto, está a vaidade do “Seu Dotô” que não pode
se misturar e conviver com um bando de caipiras. Então, estão reclamando do
que?
Um comentário:
"...nenhum médico do Brasil, nem mesmo os recém formados, querem ir para os pequenos centros."
Eu "vou e volto". É verdade. Mas o que eles menos querem também é ter que se matar em posto de saúde sem equipamento, sem condições de atendimento, alguns ganhando uma merreca. Rola a vaidade SIM, e rola também a falta de vontade de ir trabalhar nestas condições. Porque para estes isso não se trata de pessoas doentes, e sim de um "trabalho", onde as ferramentas não estão lá.
De Hipócrates, só sobraram os hipócritas, que fazem juramentos vazios e só querem mordomias.
E digo mais: os poucos que se dignam a ir tentar fazer alguma coisa nestes lugares sofrem e muito. Sofrem, principalmente, por não terem condições de fazer mais pelas pessoas. Os poucos que ainda conseguiram sair da academia com a sua humanidade intacta.
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