
Abordagem cara a cara de agentes de ONGs está se tornando mais comum no Brasil
Impulsionadas pelo aumento da
renda média da população brasileira e pela crise econômica nos Estados
Unidos e na Europa, algumas das ONGs de maior projeção internacional
ampliaram significativamente nos últimos cinco anos suas receitas e
captações de recursos no Brasil.
Segundo um levantamento feito pela BBC Brasil,
seis importantes ONGs internacionais instaladas no país – WWF,
ActionAid, Fundação Abrinq - Save the Children, Conservação
Internacional, Médicos sem Fronteiras e Greenpeace –, além do Unicef
(Fundo das Nações Unidas para a Infância), aumentaram a receita total e a
captação de doações em dinheiro de pessoas físicas desde 2008.
O aumento médio real (descontada a
inflação) das receitas das sete organizações ficou em 28,8% no período
até 2012. Em termos de captação de dinheiro de pessoas físicas, a média
de aumento foi de 424,64% entre 2008 e 2012, uma cifra influenciada
especialmente por grandes aumentos reais da Conservação Internacional
(1.223,69% nos últimos cinco anos) e da ActionAid (1.419,16%).
As duas ONGs decidiram começar os esforços de
captação de recursos de pessoas físicas no Brasil apenas em 2007. Também
procurada pela BBC Brasil, a Anistia Internacional, que há cerca de dez
anos não possuía um escritório no país, voltou a tê-lo no ano passado.
O aumento da atuação das ONGs no Brasil também
fica claro devido às campanhas realizadas por elas para arrecadar
doações em dinheiro nas grandes cidades brasileiras.
A diversificação das plataformas usadas nessas
campanhas – como o uso de agentes pedindo doações nas ruas e a
veiculação de propagandas na TV – reflete os esforços cada vez maiores
de algumas das ONGs em buscar doações das camadas mais pobres da
população, como a Classe C, de olho no aumento de seu poder aquisitivo.
Uma pesquisa divulgada em 2011 pela consultoria
RGarber revelou que, por ano, o brasileiro doa US$ 5,2 bilhões para
organizações da Sociedade Civil. Além disso, 17 milhões de pessoas, ou
aproximadamente 9% da população, colaboram com ONGs.
Patrícia Mendonça, coordenadora de um estudo da
Fundação Getúlio Vargas sobre o assunto, explica que o brasileiro sempre
teve a tradição de doar, mas geralmente de forma informal – ajudando
pessoas necessitadas na rua, por exemplo – ou colaborando com a igreja.
"Só recentemente, especialmente com o aumento da renda, e
especialmente nas grandes cidades, tem surgido espaço para a canalização
de doações mais institucionais", destaca."Neste sentido, grandes ONGs com 'marcas' reconhecidas têm larga vantagem, não só por serem reconhecidas, mas por terem estrutura para fazer investimentos iniciais para a criação de um portfólio de captadores", diz.
Leia matéria completa no BBCBrasil
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