
No desenho, a
boa ideia oferece a lógica de colocar a disponibilidade da vaga, ou do procedimento,
diante de quem precisa. Há, entretanto, uma distância, frequentemente fatal,
entre a busca e o atendimento.
Acontece que
a Central de Regulação seria eficiente se houvesse a disponibilidade da rede de
atender a demanda. Mas não há. Quem vivencia a Saúde sabe dos longos períodos
entre um pedido de transferência- e se foi pedido é porque ali já não há
condições de oferecer o tratamento necessário- e sua realização. Não adianta
argumentar que a Central fez um número x de regulações. O que interessa é o que
ela não faz e o tempo que demorou para fazer. Não há, entretanto, nem
transparência, nem dados, sobre a atuação das Centrais, qual tempo médio com
que cada pedido é atendido, qual número de óbitos entre o cadastramento e
sua concretização, É uma caixa preta.
A Central de
Regulação serve, também, para que todos se esquivem da responsabilidade,
afinal, Centra lde Regulação é uma entidade sobre a qual não se imputa
responsabilidade. Não é pouco comum ouvir nos hospitais os familiares querendo
informações e a resposta é sempre a mesma: está na regulação.
Acontece
que a Rede SUS perdeu 25.000 leitos em 5 anos, o que não se justifica apenas
pelo fechamento dos Hospitais Psiquiatricos, assim a busca de leito para um
procedimento tornou-se uma roleta russa. Além disto, 2 milhões de pessoas
perderam o plano de Saúde e sobrecarregaram ainda mais a rede pública.
Os
pacientes constituem, em verdade, uma imensidão de refugiados tentando
atravessar o mar da burocracia e encontrar o internamento ou procedimento que
precisa, enquanto as autoridades constroem os discursos de atenção a Saúde e
nós ficamos a presenciar as mortes na fila de espera.
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