
Diante de espantados jornalistas Ronaldo fez o mais duro
ataque ao governador Rui Costa, em um estilo completamente diferente do
seu habitual tom conciliatório. Afirmou que renunciaria se fosse provado
que Wagner ajudou a obter verbas para o BRT, que Rui Costa não fez
nenhuma obra em Feira em três anos, que não fez e não fará o Centro de
Convenções, nem o daqui, nem o da capital, que Feira não terá o total
dos atendimentos da Policlínica, que a Lagoa Grande é um esgoto e que o
governo promete e nunca termina a obra, que a verba investida no
Hospital da Criança é menor do que o anunciado e que R$ 24milhões foi
repassado a Prefeitura de Itabuna para cooptar o prefeito de lá.
A verdade é que pouco importa quais eram as acusações, o
que interessa é o tom de enfrentamento. Ronaldo aproveitou um evento com
jornalistas para mover uma peça no xadrez sucessório já que sabe que
sua declaração pautaria todos os veículos de imprensa e repercutiria na
capital. Foi um discurso de candidato, de quem está se pondo na chuva
disposto a se molhar. Político experiente, hábil, experimentado,
Ronaldo, jamais daria esse passo se algo maior não estivesse em jogo nos
bastidores da política baiana, que cada vez mais é abalada pela
Lava-Jato e sobre a qual paira a ameaça de uma delação do insaciado
Geddel Vieira Lima, aquele que guardava malas de dinheiro no lavabo da
casa de sua mãe.
O tom forte de Ronaldo, ao chamar o governador para a
briga, teve endereço certo. Não foi a toa que afirmou que até março
muita coisa pode acontecer na política da Bahia. Há algo sendo acordado
e Ronaldo está buscando o lugar de protagonista. O sábado saiu melhor
do que a encomenda.
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