Nunca foi fácil ser adolescente. Seu corpo está se desenvolvendo (e
provavelmente nunca foi tão estranho), os hormônios estão em ebulição e tudo
que você mais deseja é envelhecer (spoiler: não é tão legal assim). Mas de
acordo com um novo estudo, publicado nesta terça-feira (23) pelo
periódico Emotion, os últimos anos têm sido ainda mais complicados
para quem enfrenta esta fase da vida. E o motivo é simples: a ascensão das
redes sociais e dos smartphones.
Os pesquisadores analisaram dados de uma pesquisa feita com jovens da 8ª
série, 1º e 3º anos do colegial, conduzida desde os anos 90, chamada Monitoring
the Future. O objetivo primário do estudo é entender a tendência no uso de
drogas, mas uma das questões também envolve a satisfação dos jovens com suas
próprias vidas, e é medida em uma escala de um a três – em que ‘1’ representa
‘não muito feliz’, 2 representa ‘bem feliz’ e 3 representa ‘muito feliz’. A
amostra inclui mais de um milhão de adolescentes de 13 a 18 anos.
A análise surpreendeu os pesquisadores, que encontraram uma alta na
autoestima e felicidade entre adolescentes durante os anos 90 e 2000, mas uma
queda no bem-estar geral a partir de 2012. Neste ano, a média de alunos do 1º
colegial ficou em torno de 2.06 enquanto, em 2016, caiu para 2.00. Apesar de
representar uma mudança modesta, ela é mais abrupta (e maior) do que qualquer
outro declínio visto nos anos anteriores.
A relação com os smartphones não surge de forma aleatória: 2012 foi o
primeiro ano, nos Estados Unidos, em que mais de 50% dos americanos afirmaram
possuir um aparelho – entre os adolescentes, o número chegou a um terço. Em
2016, o alcance subiu para três quartos.
Segundo a líder da pesquisa, Jean Twenge, professora de psicologia na
Universidade de San Diego, o curto período em que a queda ocorreu torna a
identificação do problema mais fácil. “A maior mudança na vida de adolescentes
entre 2012 e 2015 foi a ascensão dos smartphones. É difícil pensar em qualquer
outro aspecto que possa ter impactado tanto a vida destes jovens”, afirmou a
americana ao site Gizmodo.
A teoria se sustenta ao analisar diferentes grupos de adolescentes e o
tempo que eles gastam utilizando smartphones, assistindo TV e realizando
atividades sociais. Especialmente entre alunos da 8ª série e 1º ano do
colegial, o coeficiente de felicidade era menor dentre os grupos que passavam
mais tempo utilizando smartphones.
Twenge se apoia em outro estudo para corroborar sua tese: em 2016,
pesquisadores pediram que voluntários ficassem sem usar o Facebook por uma
semana. O resultado? Eles ficaram mais satisfeitos com suas vidas e
demonstraram emoções mais positivas. (Super Interessante)
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