A Lagoa Grande é o mais novo cavalo de batalha entre ronaldistas
acríticos e petistas militantes, cada um atribuindo defeitos e culpas ao
outro e longe da sensatez que a obra exige. De inicio é preciso reconhecer que
ao longo da história a Prefeitura Municipal sempre foi omissa em relação ao
Meio Ambiente - quando não, conivente -, permitindo que as lagoas fossem
invadidas desordenadamente sem nada fazer para coibir o processo. Foi assim na
Lagoa do Berreca, completamente destruída, entre outras, e na Lagoa
Grande, já ocupada por 600 famílias que viviam em condições primitivas. O
destino desta lagoa e daquela população só foi mudado pela intervenção do
governo do Estado que fez uma majestosa requalificação do espaço criando um
condomínio para as famílias e recuperando o espelho d’água. Em verdade, a
política da Prefeitura em relação ao Meio Ambiente só veio efetivamente mudar
com a ascensão ao cargo do Secretário Sérgio Carneiro, que está executando
ações reais de proteção, portanto, antes da crítica é preciso que façam sua mea
culpa.
Por outro lado os militantes petistas criticam a Prefeitura por não
receber a lagoa em sua administração. Deveriam ter mais vergonha e não ficarem
empurrando o problema para adiante, já que parecem incapazes de produzir a
solução definitiva do local. A Prefeitura está absolutamente correta em não
receber e a energia gasta pelos militantes deveria ser empregada em tornar
realidade às promessas de conclusão que já somam uns anos.
É preciso realizar o sistema de esgotamento sanitário dos bairros
vizinhos para que este absurdo volume de dejetos não permaneça sendo jogado
dentro da lagoa, inviabilizando sua utilização de forma plena, um crime com os
recursos já empregados na intervenção.
A lagoa é sim uma identidade visual impactante e tem um infinito
potencial para se tornar uma marca de Feira; a obra é das maiores e mais
importantes já realizada na cidade, por mais que se queira negar; e por mais
que se utilizem adjetivos pejorativos a seu respeito- até mesmo gente que gosta
da cidade verdadeiramente, o faz, dando um tiro no próprio pé feirense- não se
poderá negar seu impacto visual, no lazer, na circulação do ar, na preservação
de mananciais, como exemplo.
Aliás, é sui-generis que os vereadores governistas da Câmara que acham
que ali não passa de um clube de dejetos, tenham se adiantado em “homenagear”
um ilustre feirense, dando seu nome ao tal ambiente do Parque. É complicado
entender a coerência da escolha.
O que a Sociedade precisa, em verdade, mais do que o troca-troca de
acusações, é cobrar, exigir, ação, e menos discurso do governo do Estado,
menos promessas e datas descumpridas, mais respeito ao cidadão, para que o
esgotamento sanitário seja feito, a arborização, iluminação, segurança, e
regulação da ocupação do entorno- afinal, é uma APA- área de proteção
ambiental-, sejam concluídos, a obra passe para a Prefeitura, e então deixemos
de ter um “parque potencial” para termos realmente um” parque real”, e, quem
sabe, teremos uma variante do Natal Encantado em um definitivo cartão
postal urbano.
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