terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

Como 52 pessoas foram enganadas para trabalhar em agência falsa de design

Dezenas de jovens foram levados a pensar que estavam trabalhando para uma glamourosa agência de design do Reino Unido - que na verdade não existia
Havia cerca de 40 pessoas na chamada no Zoom — ou pelo menos era o que os participantes acreditavam. A reunião com todos os funcionários da glamourosa agência de design havia sido convocada para dar as boas-vindas aos mais novos contratados daquela empresa em fase de expansão.

O nome da agência era Madbird e o seu proprietário, Ali Ayad, era dinâmico e inspirador — ele queria que todas as pessoas da chamada fossem ativas e ambiciosas como ele.

Mas as pessoas que ali estavam com as câmeras ligadas não sabiam que alguns dos participantes da reunião não eram de verdade.

Sim, eles estavam relacionados como participantes. Alguns até tinham contas de e-mail reais e perfis no LinkedIn. Mas seus nomes eram inventados e seus rostos, de outras pessoas. Tudo aquilo era falso — os funcionários reais haviam caído no golpe do falso emprego.

A BBC passou um ano investigando o que realmente aconteceu.

Chris Doocey, gerente de vendas de Manchester, no Reino Unido, com 27 anos de idade, começou a trabalhar na Madbird em outubro de 2020, pouco antes da chamada pelo Zoom. Ele trabalharia de casa — o que era normal, já que a pandemia de covid-19 seguia descontrolada.

A covid-19 havia virado a vida de Doocey do avesso. Por causa da pandemia, ele havia perdido seu emprego, o que o motivou a se candidatar ao cargo na Madbird.

O anúncio descrevia a empresa como uma "agência de design digital voltada para as pessoas, nascida em Londres e com operações em todo o mundo".

Parecia um bom emprego.

A Madbird contratou mais de 50 outras pessoas. A maioria trabalhava em vendas, algumas em design e outras eram supervisores. Cada novo contratado era instruído a trabalhar de casa, trocando mensagens por e-mail e falando entre si pelo aplicativo Zoom.

Os dias de trabalho, muitas vezes, eram longos. Jordan Carter, de Suffolk, também no Reino Unido, tinha na época 26 anos de idade e foi considerado um dos funcionários mais esforçados da equipe de vendas de Doocey. Em cinco meses, ele havia apresentado a Madbird a 10 mil possíveis clientes, esperando fechar contratos para reprojetar websites ou elaborar aplicativos. Em janeiro de 2021, sua ética profissional lhe valeu o título de Funcionário do Mês.

Outros funcionários viviam fora do Reino Unido. Em seus esforços para atingir o mercado internacional, o departamento de Recursos Humanos da Madbird publicou anúncios de emprego online para formar uma equipe de vendas internacional em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Pelo menos uma dezena de pessoas de Uganda, Índia, África do Sul, Filipinas e outros países foram contratadas.

Anúncios de emprego foram publicados para formar equipes da Madbird em Londres e em Dubai.

Para essas pessoas, o emprego representava mais que um simples salário, mas um visto para o Reino Unido. Seus contratos diziam que, se elas fossem aprovados no seu período de experiência de seis meses e atingissem suas metas de vendas, a Madbird bancaria sua mudança para o país.

A matéria é extensa, mas, vale a pena ler até fim. Clica aqui e continue lendo no BBC News Brasil

 

 

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