Dandalunda, Inaé, Ísis, Janaína, Rainha do Mar, Mãe de Todos Nós. Não importa como ela é chamada. Todo dia 2 de fevereiro, Dia de Iemanjá, multidões cercam as praias para agradecer, celebrar e pedir bençãos.
A Bahia e o Rio de Janeiro – cidades com as festas mais tradicionais do Brasil – amanheceram em festa, com praias lotadas e pessoas de todas as idades deixando seus presentes para a Grande Sereia.
Mas se você não pôde ir a praia, ou mora em uma cidade onde não é no litoral, dá para preparar uma oferenda linda e cheia de boas energias para Iemanjá. O Só Notícia Boa conversou com a jornalista e espiritualista Luísa Borges, que deixou várias dicas para o dia de hoje. (veja abaixo)
Mãe de todos nós
Iemanjá vem do yorubá “Yéyé Omó Ejá”. É por isso que em terreiros de candomblé com tradições mais enraizadas, é comum ouvir as pessoas se referirem a essa Iabá – orixá feminino – como Yemonjá.
Ela divide com Oxum o poder e o domínio das águas. Segundo as tradições de matrizes africanas, enquanto Oxum cuida das águas doces, Iemanjá guarda as águas salgadas.
Na história, Iemanjá foi casada com Oduduá, com quem teve dez filhos orixás e, por essa razão, ela passou a ser considerada mãe de todos. Para os adeptos ao Candomblé ou Umbanda, independente de quem “cuida” do Ori (cabeça), Iemanjá sempre estará lá, geralmente zelando pelo seu coração.
Dona de todos os mares
Iemanjá chegou ao Brasil nos tempos coloniais, trazida pelos escravos. A Iabá foi carinhosamente recebida por pescadores e logo se tornou padroeira deles.
Ela é sincretizada no catolicismo como Nossa Senhora dos Navegantes, Nossa Senhora de Candeias, Nossa Senhora da Conceição, Nossa Senhora da Piedade e Virgem Maria.
As cores tradicionais são o azul e o branco e o dia da semana consagrado para ela é o sábado. Esse é considerado o melhor dia para orações e oferendas à grande mãe – com exceção da data de hoje, claro.
Festas tradicionais
Pessoas de todo o Brasil fazem festa para Iemanjá no dia de hoje. Mas é na Bahia que a comemoração mais tradicional acontece, desde 1920.
O bairro do Rio Vermelho, onde fica a Casa de Iemanjá em Salvador, recebe todos os anos milhares de pessoas de todas as partes do mundo – e de diferentes religiões – que fazem questão de celebrar a grande mãe.
Barcos saem da costa com balaios repletos de presentes, que são ofertados por templos espirituais ou pessoas que simplesmente chegam e querem a benção da Iabá.
O Arpoador, no Rio de Janeiro, também fica repleto de pessoas vestidas de branco para celebrar o dia 2 de fevereiro. Casas de Umbanda e Candomblé de linhagens centenárias, além de grupos de jongo e afoxé, se reúnem uma única festa.
E além do dia de hoje, outras datas também foram atribuídas a Iemanjá e são muito celebradas pelo Brasil: os dias 15 de agosto e 8 de dezembro. Segundo estudiosos das religiões de matrizes africanas, a resposta para estas outras datas está diretamente ligada ao sincretismo religioso.
Rituais para todos os cantos
Quem mora em cidades do litoral, dá para fazer uma oferenda simples para Iemanjá neste dia de hoje – ou em qualquer outro que o seu coração desejar. Flores brancas, azuis ou de cores claras, um pouco de perfume de alfazema e o presente está pronto! É só entrar no mar, fazer a sua oração e entregar as flores.
Mas se você mora longe do mar, também tem como fazer seus agradecimentos e pedidos em casa. A jornalista e espiritualista Luísa Borges, que faz as previsões do portal todos os anos, contou sobre como é possível fazer um pequeno ritual para Iemanjá em casa.
“Hoje é um dia especial, para pedir abertura de caminhos. Dia de Iemanjá. Bom pra comer peixe e colocar rosas brancas em casa”, lembrou a jornalista.
Em um cantinho da sua casa, você pode deixar um prato com as flores e uvas verdes, mamão, pêra ou melancia. Anote seu pedido em um papel – escrito a lápis – e dedique a ela.
Durante todo o dia, também vibre o máximo de energia positiva que você puder.
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