
Traficantes evangélicos. É ou não
surreal? Mas não para por aí. Mesmo quando surge um boa ideia, a sua
interpretação e execução é distorcida, gerando absurdos. A atual Bolsa Família,
a esmola oficial do governo federal, surgiu como uma proposta para dotar o
desempregado, sem qualificação profissional, de uma ajuda de custo para que
tivesse alguma renda enquanto se capacitava e se colocava no mercado. Mas isso
teria um tempo determinado, findo o qual o benefício seria retirado. Logo os
políticos perceberam que era um bom modo de angariar votos, e o benefício se
tornou numa esmola permanente, incitando os brasileiros à vagabundagem.
“Pé de galinha não mata pinto”, reza
a sabedoria popular para dizer que umas palmadas, bolos, ou até uma boa sova de
cinturão que os pais aplicassem nos filhos rebeldes e desobedientes, não seria
nada demais. “Quem poupa a vara ao seu filho, não sabe o mal que lhe faz”. Está
lá, na Bíblia, afirmando que devemos punir os filhos desobedientes. Ninguém,
entretanto, está afirmando que se deve machucar, ferir, torturar seus filhos.
Apenas se diz que uma palmadinha terapêutica não faz mal e põe o moleque
atrevido no seu devido lugar, aprendendo a respeitar os seus pais. Aliás,
alguém já disse que, quem não respeita os mais velhos, vai respeitar os mais
fortes. Mas aqui no Brasil os pedagogos
e psicólogos de plantão, entendem que não se pode castigar os filhos para não deixá-los
traumatizados ou revoltados. Aqui em casa o cinturão e o bom e velho “tapão no
pé da orelha”, colocou todo mundo na linha e não tem ninguém revoltado ou
vagabundo.
Os hospitais e clínicas
filantrópicas, que atendem quase que exclusivamente a pacientes do Sistema
Único de Saúde, recebendo do governo que contrata os serviços quantias
irrisória pelos procedimentos médicos realizados, já acumulam uma dívida de R$
15 bilhões. E ainda assim o governo não só não perdoa a dívida, como não
corrige a tabela do SUS, e ainda quer obrigar aos filantrópicos a continuar
tratando de pacientes de SUS, exigindo, inclusive, serviços de primeiro mundo.
Faltam hospitais públicos e médicos,
faltam moradias decentes, faltam infra estruturas necessárias ao bom
funcionamento das empresas e ao bem estar dos trabalhadores, faltam escolas
públicas e professores, falta transporte público de qualidade, falta tudo
enfim, sob a alegação de que não há recursos. Contudo se constrói estádios milionários
para realizar eventos para os quais o país não está preparado.
Nunca a técnica demagoga do “Pão e
Circo” foi tão intensamente aplicada. E olha que o pão está faltando, o Brasil
virou um circo e nós, cidadãos, somos os palhaços.
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