domingo, 20 de novembro de 2016

A língua Portuguesa



Na sexta-feira p.p., minha consorte republicou um artigo do plumitivo e escriba baiano, João Ubaldo Ribeiro, sob a epígrafe, O verbo “For”. Nele, o consagrado escriba faz um confronto entre o exame vestibular transversalmente ao tempo, encetando a prosa de quando o mesmo prestou o exame, encruzando ao período em que era lente e integrante de banca examinadora do vestibular, culminando à era hodierna. Manifesto que, embora ciência havia sobre o teor da peça literária, amiúde fui recorrente ao léxico, insciente se por conta da amnésia inerente aos vetustos ou se porque o idioma pátrio é mesmo operoso e penoso ao neófito, qual proclama a plebe ignara.


         Entrementes, anteponho assentir à prima assertiva, porque aos 62 anos a memória já não é a mesma e, ademais, tempos idos, muitos vocábulos quedam-se em desuso, são olvidados e substituídos por gírias e neologismos. Creio que se improvável viajor do tempo a visitar o Brasil de 100 anos idos, teria contratempos em entabular diálogo com os patrícios daquelas priscas eras. Em consonância a isso há um declínio na qualidade da Educação, que se agravou nas últimas 5 décadas.
         E quando a demagogia e hipocrisia reinante nos meios políticos consentiu que broncos, iletrados, tivessem direito de sufragar e ser sufragados, cometemos o absurdo de eleger presidente um vulpino retirante nordestino analfabeto, alimária que se vangloriava de nunca sequer ter passado vistas num compêndio de alfarrábio. E deu no cataclismo que deu.

         Todavia, quanto ao aprendizado, o ceticismo que me assoma é se apenas o nível dos lentes que caiu ou se o intelecto dos infantes está sendo afetado por alguma interferência externa, oriunda de alimentos contaminados com agrotóxicos, radiação ou modificações genéticas. Talvez também lhe falte azáfama para ler, estudar, adquirir conhecimento, até porque os labores mais rentáveis do mercado são inerentes à moda, esportes e artes cênicas, que não demandam estudo ou conhecimento, apenas atributos físicos, coordenação motora e boa memória para decorar textos e saber fingir, sendo esta última qualidade inata aos brasileiros. Anexemos, em alguns casos, um rico vocabulário.

         Porém, isso não se constitui em empecilho, pois o nosso idioma é muito fácil. Aprendemos com os nossos pais. Quem é que não entende a língua portuguesa, não é mesmo?

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