É crescente o número de brasileiros que
usam a internet no telefone celular. Na na faixa etária que mais consome esse
serviço, de 16 a 24 anos, o aumento foi de 26% entre 2013 e 2015. Chama
atenção, entretanto, que 40% do pacote de serviços de dados é gasto com
publicidade, aqueles anúncios automáticos que aparecem nos aplicativos sem a
solicitação do cliente. A informação é do Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia
e de Serviços Móvel Celular e Pessoal (SindiTelebrasil).
“Todo anúncio que recebemos sem
solicitar está consumindo os dados da mesma forma. O consumidor tem que ficar
atento, entender que ele não solicitou aquilo, mas está pagando”, disse o
presidente-executivo da Federação Brasileira de Telecomunicações (Febratel),
Eduardo Levy, explicando que existem ferramentas de bloqueios de anúncios para
alguns celulares.
A informação, segundo ele, é de
conhecimento dos órgão reguladores e poderia haver uma espécie de acordo para
melhorar esse serviço para a população, com a diminuição ou bloqueio dos
anúncios.
Além de perder 40% do pacote de dados
com publicidade, do valor total gasto com os serviços para o celular, cerca de
50% são impostos, taxas e contribuições, segundo Levy. Ele usou como exemplo o
estado de Rondônia, onde o consumidor paga 40,65% de tributos sobre
telecomunicações. Então, se o cliente compra R$ 10 em créditos para o celular,
R$ 4,07 são tributos; se ele usa a internet, do valor restante (R$ 5,93), R$
2,37 é gasto com publicidade, sobrando R$ 3,56 para usar com serviços. A carga
de tributos varia conforme o valor do ICMS de cada estado.
O SindiTelebrasil apresentou hoje o
estudo “Desempenho Comparado de Preços de Celular”, feito pela consultoria
Teleco em 18 países que concentram 55% da população mundial e apresentam alto
grau de relevância para o mercado de telecomunicações.
Segundo o estudo, o Brasil tem a maior
carga tributária entre os países pesquisados e 43% da receita líquida das empresas
na prestação de serviços de voz do celular, por exemplo, é gasto com tributos.
O valor é quase o dobro do segundo colocado, a Argentina, onde as empresas
repassam para o governo 26% da sua receita.
Para Levy, se a carga tributária fosse
menor, os preços seriam mais acessíveis para a população e as empresas poderiam
investir mais no setor. “Temos ainda uma proporção muito grande de pessoas, são
dezenas de milhões de brasileiros que precisam ainda acessar o celular com
internet e é pra essa população que precisávamos pensar em reduzir a carga
tributária”, disse, ressaltando ainda que as telecomunicações são ferramentas
essenciais para a melhoria da produtividade de um país.
O uso dos serviços, entretanto, continua
crescente. Em setembro, foram registradas mais de 251 milhões de linhas de
telefones móveis em operação no país, segundo dados da Agência Nacional de
Telecomunicações (Anatel). A operadora Vivo tinha 29,28% do mercado, a Claro
tinha 25,30%, a TIM 25,2% e a Oi 18,47%. Leia matéria completa na Agência Brasil.
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