quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

Augusto Aras sepulta a Lava Jato e a esperança do brasileiro de combate a corrupção

 A maior operação de combate à corrupção do mundo foi sepultada, hoje, com o ato formal assinado por Augusto Aras. A força-tarefa da Lava Jato no Paraná passou a integrar o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público Federal (MPF).

Foram quase sete anos de intenso combate à corrupção, totalizando 79 fases, 1.450 mandados de busca e apreensão, 211 conduções coercitivas, 132 mandados de prisão preventiva e 163 de temporária.

Segundo o MPF, foram colhidos materiais e provas que embasaram 130 denúncias contra 533 acusados, gerando 278 condenações (sendo 174 nomes únicos) e chegando a um total de 2.611 anos de pena.

Foram também propostas 38 ações civis públicas, incluindo ações de improbidade administrativa contra três partidos políticos (PSB, MDB e PP) e um Termo de Ajuste de Conduta firmado. A isso ainda se somam 735 pedidos de cooperação internacional – sendo 352 pedidos a outros países (ativos) e 383 passivos (solicitações de outros países ao MPF).

Em 2015, foram 66 pedidos ativos e oito passivos, enquanto que, em 2019, foram 67 ativos e 133 passivos. A evolução desses dados demonstra a seriedade e a eficiência da operação, que passou a cooperar com investigações do mundo todo.

Nesse período, mais de R$ 4,3 bilhões foram devolvidos aos cofres públicos, por meio de 209 acordos de colaboração e 17 acordos de leniência, nos quais se ajustou a devolução de quase R$ 15 bilhões.

“O legado da Força-Tarefa Lava Jato é inegável e louvável, considerando os avanços que tivemos em discutir temas tão importantes e caros à sociedade brasileira”, afirma Alessandro José de Oliveira, que substituiu Deltan Dallagnol e, agora, será o coordenador do núcleo da Lava Jato no Gaeco.

De acordo com o MPF, cinco dos 15 integrantes da Força-Tarefa passaram a integrar o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado e darão continuidade aos trabalhos da operação.

Embora tenha dito, em sua sabatina no Senado, que apoiava a Força-Tarefa, Aras sempre foi crítico da atuação da Lava Jato. Travou diversas quedas de braço com os procuradores e tentou obter todos os dados da Lava Jato para a PGR, sendo impedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Aras: “o lavajatismo há de ser superado pelo natural, bom e antigo enfrentamento à corrupção”.

Ele conseguiu. A esperança do brasileiro foi sepultada, definitivamente, por Augusto Aras. Foi a vitória do establishment, dos criminosos, dos políticos corruptos,  oportunistas de plantão e cúmplices morais da corrupção.

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