Muitos dizem que a vida não vai bem. Suspeitam que alguém esteja lhes desejando o mal. Parecem estar sendo dominadas por uma força negativa que vem de fora. Logo começam a suspeitar que existem pessoas, que não querem o seu bem. Jogar pragas e desejar o mal para prejudicar alguém é muito grave!
PODE ALGUÉM me afetar com o mal que me deseja? O mal e o bem são forças. Sentimos uma energia positiva e agradável na companhia de pessoas otimistas. Gostamos de estar junto de pessoas alegres. Ao contrário, sentimos também energia negativa de muitas pessoas agitadas e agressivas. Se não nos cuidarmos, podemos nos deixar afetar negativamente.
CLARO
que isso não é determinante para que nossa vida perca o rumo. O outro, pode
querer nosso mal, mas, embora isso tenha força contra nós, não consegue,
necessariamente, nos afetar. Essa força negativa, não é suficiente para alterar
o rumo de nossa vida porque as forças positivas nos sustentam. Isso acontece
com as pessoas que sabem do seu lugar no mundo e conseguem lidar bem com a vida
e com os acontecimentos.
AS PESSOAS
que confiam em Deus e em si mesmas, compreendem que têm uma força maior do que
o mal. Embora reconheçam a presença do mal, sabem que Deus é maior. Essa
confiança em Deus traz serenidade ao coração e a energia das pessoas que lhes
desejam o mal não consegue abalar a autoconfiança e a fé em Deus. Por isso,
sempre procuram retribuir o mal com o bem. Confirmam o ditado popular: “Quem
espalha o bem, o bem recolhe, e quem espalha o mal, o mal recolhe”.
PORTANTO,
nem todos desejam o bem dos outros e
nossa tendência é sempre de pagar na mesma moeda: “Olho por olho, dente por
dente” (Mt.5,38). Entre os cristãos, porém, deve ser o contrário: sempre abençoar
e nunca amaldiçoar e rogar pragas. Se agíssemos dessa forma, nossas famílias e
comunidades seriam mais felizes.
SÃO PEDRO,
na sua primeira Carta, nos faz um forte apelo: “Não pagueis mal com o mal, nem
injúria com injúria. Ao contrário, abençoai, pois para isto fostes chamados,
para que sejais herdeiros da bênção” (1 Pe. 3,9). Deus sempre abençoa e nós
herdamos Dele o direito e o poder de abençoar. Fomos chamados para abençoar e
nunca amaldiçoar. Por isso, “abençoai os que vos perseguem; abençoai-os, e não
os amaldiçoeis” (Rm. 12,14).
Dom
Itamar Vian
Arcebispo
Emérito
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