sexta-feira, 5 de maio de 2023

Ana. A pura!

         

Ana, era uma adolescente cujos pais eram muito religiosos e a criavam em consonância com os ensinamentos da Madre Igreja Católica. Como era muito obediente, sempre seguia à risca todas as instruções dos pais. De casa para a escola; da escola para casa. Sair só se fosse com os pais ou para visitar alguma tia ou algumas vizinhas de confiança. Dentro desses preceitos ela não tinha uma vida sexual ativa, mas, lia revistas e assistia novelas e ficava fantasiando romances impossíveis. Nunca tivera um namoradinho.

         Assim ela foi crescendo, reprimindo seus desejos e fantasiando estórias de amor. Nos sonhos ela não podia controlar o que sentia, por isso mesmo acordava várias vezes no meio da noite banhada em suor por conta dos sonhos de romances impossíveis e vergonhosos. Muitos candidatos a namorado apareceram, até porque ela era muito bonita. Mas, todos foram recusados por seus pais. Para sua filha queriam um homem da igreja como eles e um quase santo.

         Um dia este homem surgiu. Mário era um ex-coroinha que frequentava as missas aos domingos, e levava uma vida pacata, morando com sua mãe, uma viúva. Ele não era o homem dos sonhos de Ana. Mas, na situação dela, “não tem tu, vai tu mesmo”. E foi assim que ela o apresentou aos pais. Claro que foi muito bem recebido. Começaram a namorar, noivaram e marcaram o casamento. No dia do enlace matrimonial Mário quase chega atrasado, porque ainda estava trabalhando na fábrica. Casaram-se numa cerimônia simples e passaram a lua de mel na casa onde iriam passar o resto das suas vidas.  Mário havia construído aquela casa justamente com esse propósito.

         Após a cerimônia, houve uma recepção na casa dos pais da noiva, que haviam convidado muitos membros da igreja. A festa se esticou até pouco mais da meia noite, quando finalmente o novo casal feliz chegou à casa em lua de mel. Era tudo que Ana sonhava e ela havia preparado o cenário ideal para perder sua virgindade, se tornar mulher e finalmente satisfazer todos os seus desejos reprimidos. Cansado, Mário tomou um banho, vestiu um pijama, calçou os chinelos e já caiu na cama dormindo. Ana que havia se demorado um pouco no banheiro, ficou surpresa ao encontrar o marido dormindo.  

         Ela não quis acordá-lo. Ficou deitada na cama de olhos abertos matutando o que havia acontecido. Ele poderia ter bebido mais do que estava acostumado; estava cansado, pois trabalhara até quase a hora do casamento. Mil e um pensamentos lhe ocorriam para justificar o desinteresse do marido na noite de núpcias. No dia seguinte, quando Mário acordou já encontrou a mesa posta e como se nada tivesse acontecido, deu um beijinho no rosto da esposa, conversou algumas bobagens enquanto tomava o desjejum e se despediu saindo para o trabalho. Ana continua pasma, ainda sem entender o que estava acontecendo. Passou o dia ruminando pensamentos. Quando enfim a noite chegou e ela estava pronta para ele.

Vestiu-se com uma camisola sexy, colocou o melhor perfume, decorou a casa toda com motivos eróticos e preparou um jantar dos deuses. Mário entrou em casa, deu boa noite à mulher, passou direto para o banheiro onde banhou-se, vestiu o pijama e calçou os chinelos. Ana o esperava na sala de jantar. Quando o marido chegou, ela cuidou de servir o que tinha preparado para ele, que comeu satisfeito, comentou os fatos do dia, as notícias dos jornais e depois a convidou para irem para o quarto.

Alegre Ana acompanhou o marido, esperando consumar o casamento. Antes de se deitar ela chegou perto dele, deixou cair a camisola e deu-lhe um amoroso beijo. Mário beijo-lhe suavemente no rosto dizendo: boa noite querida. O divórcio foi realizado na mesma semana. Mario voltou a morar com a mãe e ela ficou com a casa que ele havia construído para o casal. Todo final de semana ela saia com as amigas, só voltava no domingo para ir à missa, rezar, confessar e comungar. Permanecendo pura, como sempre fora.

Dizem que nunca repetiu um parceiro!

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