Estes
vestidos drapejados, curtos, justos, ousados, exigem seios fartos, quadris
largos, sandálias altas e pernas grossas – moda passageira – revelam o conceito
dominante quanto à forma de evidenciar a beleza feminina e atestam, queiramos
ou não, a exposição da mulher-mercadoria.
Elas, as mulheres, submissas históricas aos ditames e modismos impostos pela ‘SMG’, siliconam seios, encurtam vestidos, comprimem a cintura para aumentar ancas, malham para engrossar pernas, calçam sandálias sempre mais altas - quase plataformas de lançamento de mulher ao espaço. Em fantástica concorrência, disputam olhares e desejos, fustigam o imaginário masculino e feminino, provocam as mesmas ânsias causadas por joelhos expostos no banco de um bonde, setenta ou mais anos passados.
É
um frêmito, é pau; é um pulsar, é pedra. Será o fim do caminho?
Francamente,
creio que não. As mulheres são sempre reinventadas. Partindo da nudez paradisíaca encoberta pela
folha de parreira, em direção à ocultação corporal medieval (ainda presente na
cultura islâmica), ocultações tais impostas pela ‘SMI’, indo depois à nudez
explícita e, agora, revestidas de outra forma, a vida continuará.
Assim,
acontece com meus charutos. Endeusados no passado, quando frequentavam bocas
famosas e outras nem tanto, agora discriminados e quase execrados, dia chegará quando
voltarão a ser invejados.
É
a roda da vida. Nada é o fim do caminho.
Ah!
Citei ‘SMG’ e ‘SMI’.
Decifro:
Santa Mídia Global e Santa Madre Igreja.
Hugo A. de Bittencourt Carvalho, economista, cronista, ex-diretor das fábricas de
charutos
Menendez & Amerino, Suerdieck e Pimentel,
vive em São Gonçalo dos Campos – BA.
http://livrodoscharutos.blogspot.com
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