quinta-feira, 25 de maio de 2023

Tetraplégico anda após 12 anos graças a implante revolucionário.

 

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A pesquisa que que fez o homem tetraplégico andar após 12 anos combina implante e inteligência artificial. - Foto: Reprodução/Gilles Weber (CHUV).

Um homem tetraplégico, de 40 anos, recebeu um implante revolucionário e conseguiu andar após 12 anos do acidente que lesionou a coluna dele. O holandês Gert-Jam Oskam foi submetido a um tratamento combinado entre implantes e terapia de reabilitação.

No vídeo, publicado pelos pesquisadores na internet, é possível ver o homem dando os primeiros passos após ficar paralisado. “Faz 12 anos que estou tentando me levantar de novo”, disse Gert, emocionado.

Ele foi a primeira pessoa a ser beneficiada pelo projeto Interface Cérebro-Computador (BCI), desenvolvido por pesquisadores de universidades da Suíça e da França. “É uma interface sem fio entre o cérebro e a medula espinhal usando tecnologia de interface cérebro-computador (BCI) que transforma pensamento em ação”, disse o professor Grégoire Courtine.

Ponte digital

O projeto BCI funciona cumprindo o papel de uma ponte entre o cérebro e a medula espinhal, segundo o professor de neurociência da Escola Politécnica Federal de Lausanne (EPFL), Grégoire Courtine.

Gert-Jam, o paciente número um do estudo, ficou tetraplégico depois de um acidente de bicicleta aos 28 anos de idade. Desde então, Gert perdeu o movimento das pernas.

O rapaz sofreu uma lesão na medula espinhal, mas os pesquisadores conseguiram criar uma “ponte digital”, pulando a área da lesão que se liga ao cérebro.

Conseguindo contornar a área de lesão, os impulsos que são gerados pelos neurônios responsáveis por fazer o paciente andar, chegam a área da lesão mesmo Gert tendo se acidentado.

Computação

Para que todo esse processo aconteça e permita ao usuário voltar a andar, os pesquisadores precisaram também pensar em um sistema de inteligência artificial (IA).

Essa IA é responsável por ler sinais elétricos gerados pelo cérebro de Gert quando ele pensa em caminhar e envia isso direto para a medula espinhal, que controla os movimentos das pernas.

Assim, pulando a área lesionada pelo acidente de bicicleta, o rapaz consegue novamente se movimentar.

Esses sinais são codificados em tempo real a partir de gravações cerebrais.

“Essa intenção é convertida em sequência de estimulação elétrica da medula espinhal, que por sua vez ativa os músculos das pernas para alcançar o movimento desejado”, disse Guillaume Charvet, chefe do BCI na CEA, principal estatal de pesquisa da França.

Ficção científica

Joelyne Bloch, neurocirurgia participante no projeto, relembra quando ela e Grégoire começaram a trabalhar juntos no BCI há 11 anos.

“Parecia coisa de ficção científica, agora virou uma realidade”, disse a pesquisadora.

Para Gert, apesar da pesquisa ser uma novidade, ela já tem potencial para mudar a vida de muita gente.

O teste mostrou Get andando normalmente, movimentando seu quadril e as articulações do joelho e tornozelo.

Ele também consegue ficar em pé por vários minutos seguidos e pode caminhar distâncias de até 200 metros.

Agora, com um futuro bem promissor pela frente, o tetraplégico que voltou a caminhar com os implantes tem um desejo especial…

“Foi uma longa jornada, mas agora posso me levantar e tomar uma cerveja com meu amigo. É um prazer que muitas pessoas não percebem”, comemorou o rapaz.


Gert comemorou bastante os passos que conseguiu dar, para ele é o início de uma vida mais autônoma. Foto: Reprodução/Jimmy Ravier/Neurorestore.
Gert comemorou bastante os passos que conseguiu dar. Tetraplégico durante 12 anos, para ele é o início de uma vida mais autônoma. Foto: Reprodução/Jimmy Ravier/Neurorestore.


SNB Com informações de EPFL.

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