Homem com celular na mão na região central de São Paulo — Foto: Celso Tavares/g1 |
Reportagem especial do Fantástico do último domingo (7) mostrou casos de brasileiros que caíram em golpes virtuais e tiveram seus dados roubados. Dois deles caíram em uma armadilha após tentarem fazer uma compra on-line.
Mas há casos de pessoas que nunca compartilharam seus dados em plataformas e, mesmo assim, tornaram-se vítimas. O megavazamento que expôs mais de 223 milhões de CPFs na internet em 2021 pode explicar essa situação.
Para tirar dúvidas sobre o
assunto, o g1 reuniu dicas de especialistas; veja:
1. Como descobrir fraudes em meu nome?
Algumas plataformas oficiais podem ajudar a encontrar pistas. Por exemplo, o site Registrato, do Banco Central, permite monitorar se contas correntes e empréstimos estão vinculados ao seu CPF.
Com seus dados em mãos, criminosos podem usar nomes e outras informações para realizar a abertura de contas correntes e solicitar empréstimos ilegais.
2. Qual dica seguir antes de fazer compras on-line
Se você usar o computador e não um
app de celular, verifique se o endereço mostrado na barra do
navegador é realmente o site oficial da loja. Há muitos casos de ofertas
falsas, inclusive entre as publicações patrocinadas de redes sociais.
O celular é mais seguro que
computador e não precisa de antivírus, desde que você não instale apps de
fontes desconhecidas. Em qualquer sistema, é importante sempre instalar as atualizações
disponíveis e jamais desative os mecanismos de atualização automática.
Na hora do pagamento, opte pelo cartão virtual, que pode ser facilmente cancelado e reemitido sem comprometer o cartão físico – em alguns casos, ele funciona apenas para uma única compra. Seja como for, a versão digital protege você de sites falsos, cobranças abusivas e vazamentos de dados.
3. Como criar uma senha forte?
Sites, bancos, universidades e
tantos outros serviços que utilizamos solicitam algum tipo de senha, mas nem
todo mundo se preocupa com a criação (formato), uso e compartilhamento dessas
credenciais.
As senhas que usamos não podem ser
iguais. Por exemplo, “a%op35aV$” seria segura, mas se usá-la em todas as
plataformas que você tem cadastro, ela deixa de ser "forte". O
criminoso testará essa credencial em outros sites para tentar invadir a sua
conta.
Senhas como “abcde” e “123456” são consideradas inseguras não apenas porque são sequências comuns, mas porque muitos decidiram usá-las como senhas. Por isso, lembre-se de utilizar senhas fortes e diferentes em cada plataforma.
4. Agora que dados vazaram, como se proteger?
Especialistas explicam que ninguém
está imune aos vazamentos de dados pessoais. Por isso, é importante seguir
medidas que possam evitar dores de cabeça.
Seja no ambiente on-line ou
físico, avalie se o estabelecimento tem garantias de que manterá seus dados
seguros após serem compartilhados por você, orienta Danilo Doneda, advogado,
professor do Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP).
Para Altieres Rohr, a pessoa deve sempre ficar atenta a contatos feitos por empresas, principalmente aquelas que você nunca procurou antes. Se for abordado por uma e se suspeitar da abordagem, ligue para a empresa por canais oficiais para confirmar aquele contato recebido.
5. O que é a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD)?
A LGPD é uma lei que visa garantir direitos
para os cidadãos e consumidores sobre como vai ocorrer o tratamento de dados
pessoais, explica Bárbara Simão, advogada e especialista em direitos
digitais do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor).
"Hoje em dia, empresas, poder
público e até o terceiro setor (ONGs, entidades filantrópicas), todos lidam com
nossos dados pessoais", explica. O tratamento, mencionado pela advogada, é
a manipulação das informações. Isso envolve coletar, transferir, utilizar ou cruzar
dados.
Os dados também podem guiar a criação de programas de governos e, por isso, a LGPD também vale para órgãos públicos. Houve um "boom" na utilização de informações pessoais e com isso surgiu o risco de que os dados fossem utilizados de uma forma que poderia prejudicar as pessoas.
6. Posso denunciar empresas que desrespeitarem a LGPD?
Sim, a ANPD recebe denúncias sobre
o uso indevido de dados, mas existem dois sistemas separados para o envio
dessas reclamações:
Na página inicial da ANPD, há um
link de "Denúncia" que
leva ao sistema Fala.BR. Nele, o cidadão indica que quer enviar uma manifestação
para a Autoridade Nacional de Proteção de Dados e descreve o problema;
Há ainda uma página dedicada para
"Reclamações"
que indica a utilização do sistema de Peticionamento Eletrônico, que permite o
envio de documentos de forma digital.
As denúncias podem ser feitas caso
o cidadão acredite que seus dados estejam sendo utilizados indevidamente.
Mas há uma regra: é
preciso tentar um contato direto com o controlador dos dados, ou seja, a
empresa que está armazenando ou utilizando suas informações. É preciso
comprovar a tentativa de contato ao fazer uso do sistema de Peticionamento
Eletrônico, incluindo capturas de tela de e-mails não respondidos, por exemplo.
Em casos de vazamentos de dados, a
ANPD recomenda ainda que seja registrado um boletim de ocorrência.
Informações do G1
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