sábado, 27 de maio de 2023

 

* Famosos baianos *

      Disponho de acervo, ao qual denomino lítero-charuteiro, com preciosidades, capazes de desvendar um pouco da história dos famosos charutos baianos. São folhetos, catálogos, listas de preços, boletins, colecionados ao longo de minha extensa jornada no mundo tabaqueiro. Outros há, fruto de minha atividade profissional: relatórios de viagens, balanços, planilhas de custos, atas de reuniões, estatísticas, fotografias, correspondências, folders, recortes da imprensa, reportagens, projetos, sonhos... 

Um manancial de fatos e curiosidades, à espera do momento certo para serem oferecidos aos pesquisadores e ao público leitor brasileiro. Tudo está devidamente embalado. Não só no sentido da embalagem como caixa, mas no significado de “embalar”: o balançar carinhoso de um filho em nossos braços, o que sinto ao manuseá-los. Mais ainda: “embalar” também significa colocar balas. Deixar pronto para o disparo: para deleite dos apreciadores das inebriantes fumaças mágicas dos “rolinhos de satisfação”.

Enquanto isso volta e meia, na companhia do meu charuto – como agora neste início de 2009 -  comprazo-me em manusear tais páginas amareladas, retratos de retalhos de nossa história, esquecidos com o passar do tempo. 

Neste instante, em momento de remexer saudades, debrucei-me sobre algumas de tais páginas da vida e sinto manter viva minha afeição pelos charutos da Boa Terra. Folheio uma coleção de valor inestimável: os boletins trimestrais da antiga fábrica Suerdieck, publicada no período de janeiro de 1949 a dezembro de 1959. Haja munição! 

Já plantei milhares de cacaueiros, sou pai de dez filhos.  Por isso, para completar minha caminhada, hora dessas quem sabe, tudo venha se transformar em livro. O nome? “Bahia – Terra de Todos os Charutos”.  

 

Hugo A. de Bittencourt Carvalho, economista, cronista, ex-diretor das fábricas de charutos

Menendez & Amerino, Suerdieck e Pimentel,

vive em São Gonçalo dos Campos – BA.

 ([email protected])

  

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