terça-feira, 16 de janeiro de 2024

Cientistas descobrem cidades de 2.500 anos na Amazônia

 

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As cidades datam de pelo menos 2.500 anos e foram descobertas na floresta Amazônia, em sua parte equatoriana. Foto: Stéphen Rostain.

Usando uma tecnologia de varredura a laser, cientistas descobriram vestígios de cidades de 2.500 anos na floresta da Amazônia. Com uma complexa rede de terras agrícolas e estradas, a descoberta é a maior e mais antiga do gênero na região!

Os vestígios foram encontrados no Vale Upando, na parte do Equador da floresta e parece ser um sistema de estrutura pré-hispânica. Com a tecnologia de sensores a laser mapeando toda a região, foi possível encontrar nas encostas arborizadas dos Andes, uma rede densa de cidades, todas conectadas por canais e estradas.

“Eu explorei o local muitas vezes, mas o Lidar (tecnologia de laser) me deu outra visão”, disse o arqueólogo do Centro Nacional Francês de Pesquisa Científica (CNRS), Stéphen Rostain, que estuda a região há mais de 20 anos.

Sociedades pré-hispânicas

E os achados mostram que o local, que cobre aproximadamente, 600 quilômetros quadrados, foi ocupado desde 500 a.C até algum momento entre 300 e 600 d.C.

Apenas metade do extenso local foi avaliado e os cientistas garantem que membros das culturas Kilamope e Upando, duas sociedades agrárias sedentárias, foram os responsáveis.

Após um período, alguns dos assentamentos foram ocupados pela cultura Huapula, de acordo com o estudo publicado na revista Science.

Vale Upando

O Vale do Upando, localizado ao longo de um trecho do leste dos Andes, é estudado por pesquisadores há várias décadas.

A região densa dificultava o trabalho dos arqueólogos, mas o Lidar aéreo mudou isso.

Usando uma tecnologia de detecção e alcance de luz, onde milhares de pulsos de laser infravermelho são refletidos na paisagem, foi possível revelar estruturas escondidas sob a vegetação.

“A pé você tem árvore no caminho e é difícil ver o que realmente está escondido ali”, disse Stéphen.

Arquitetura e urbanismo

Imagens captadas pelo Lidar mostram mais de 6.000 plataformas retangulares de terra, estruturas de praças e montes.

Tudo isso era ligado por uma rede extensa de estradas remotas e caminhos para pedestres.

“As ruas não apenas cruzavam o local, mas também levavam para fora do local”, disse o cientista. “Todas essas estradas funcionam juntas e eram usadas para conectar a comunidade”, completou.

Montes impressionantes

E não para por aí.

Alguns dos assentamentos de descobertas chocaram os pesquisadores.

Isso porque eles se estendiam por até 150 metros de comprimento e 8 metros de altura.

Stéphen se disse chocado e impressionado pelo quão elaborado é o local, tanto na variedade de construções e a normalidade de algumas das estruturas.

“Tal descoberta é outro exemplo vívido da subestimação da dupla herança Amazônia: ambiental, mas também cultura e, portanto, indígena”,.

O cientista também defendeu uma revisão sobre o olhar das cidades modernas com o antigo.

“Acreditamos que é crucial revisar completamente nossos preconceitos sobre o mundo amazônico e, ao fazê-lo, reinterpretar contextos e conceitos à luz necessária de uma ciência, inclusive a participativa”, concluiu.

A tecnologia que usa pulsos a laser, Lidar, foi fundamental na descoberta dos pesquisadores. Foto: Stéphen Rostain.
A tecnologia que usa pulsos a laser, Lidar, foi fundamental na descoberta dos pesquisadores. Foto: Stéphen Rostain.


SNB - Com informações de Live Science.

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