Nas relações sociais e no mundo da comunicação, sempre existem boatos. Sobre o sentido da palavra, há consenso em dizer que boato é notícia que corre publicamente de boca em boca, sem procedência nem veracidade comprovada. Pior de tudo, sem ter a medida das consequências. É próprio desse fenômeno de comunicação espalhar-se rapidamente, gerando confusões, divisões familiares, danos morais, políticos, econômicos, etc.
HÁ BOATOS de todos os tipos e tamanhos. Publicam-se boatos que atingem a intimidade de pessoas, seja do seu mundo profissional, de seus costumes, de seu passado e do seu presente. Há boatos referentes a famílias, grupos e até mesmo que atingem o mundo todo. A tendência natural dos fabricantes de boatos é propagar o sensacionalismo desenhado no negativo e até mesmo no trágico. Por ser novidade, todo o boato desperta curiosidade.
DIANTE de certos boatos levantam-se
processos, promovem-se ameaças, desencadeiam-se brigas e alimentam-se também
grandes ilusões. Faz parte do boato criar medos, curiosidade e expectativas que
pouco ajudam na maturidade das pessoas e da sociedade. Por que não mostrar as
coisas boas? Por que não passar adiante o que descobrimos de positivo nas
pessoas?
QUANDO alguém tem uma ideia boa,
quando alguém toma uma iniciativa pelo bem dos outros, por que não divulgá-la?
Por que não construir em vez de destruir? Por que não espalhar flores, frutos,
luz, cores, em vez de espinhos, lixo e escuridão? Por que não espalhar notícias
do bem, da amizade, da paz, da unidade e da fraternidade? Quem espalha o bem, o
bem recolhe. Quem espalha o mal, o mal recolhe.
QUAL É a melhor atitude diante dos
possíveis e surpreendentes boatos? Cremos que o melhor comportamento diante dos
boatos que vão surgindo é cultivar um senso crítico. Como a mentira pode vir
embrulhada com a marca da verdade, também os boatos podem se apresentar assim.
Por isso, nunca repassar informações e mensagens quando temos dúvidas se são
verdades ou mentiras.
JESUS Cristo, também, se preocupou
com o mundo dos boatos. Reunido com os apóstolos, perguntou o que o povo andava
falando dele. De imediato disseram que havia boatos de que Ele seria João
Batista, Elias ou até mesmo algum outro profeta. Jesus, então, sondou o grupo
que o conhecia de perto: “E vós, quem dizeis que eu sou? Pedro tomou a palavra
e proclamou: “Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo” (Mt. 16,16).
Dom Itamar Vian
Arcebispo Emérito
[email protected]
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