*Quem avisa... *
Magia
Magia é, enquanto
escritores, fazer outros verem o mundo pelas lentes da nossa pena.
Autoridade
Não é à toa, pois,
de ‘autor’ derivar ‘autoridade’.
Confusões
Algumas vezes, o escritor não domina o assunto sobre o qual cogita, mas tido por autor (idade) induz a confusões, leitores desavisados.
Disfarces
Ocasiões outras há,
nas quais o autor mascara-se em simples letras ou pseudônimos. Eu valia-me da
fonética de duas letras (‘Agacê’), para não explicitar a autoria de meus (des)
dizeres. O mestre da literatura nacional Machado de Assis, em muitas crônicas e
contos na imprensa do século 19 - moda então – vestiu inúmeros disfarces: A,
JJ, Y, Max, Job, Austríaco, Dr. Semana, Gil, Manassés, Lara, Lélio, sem
esquecer João das Regras.
Alerta
Em relação a mim,
devo alertar: não levem muito a sério minhas ilações - recortes do jornal-vida
- esquecidas nos escaninhos do cofre cordial de onde costumo desenterrá-las em
momentos de melancolia.
Amores
Principalmente ao
abordar amores santos e profanos, ilusões e desilusões ou vice-versa,
dificulta-se voltar a bater à porta das ilusões após as desilusões vividas ou
vice-versa.
Placebo
O melhor remédio
para as (des) ilusões são as palavras-placebo quando nascidas da boca de um
poeta. Oriunda do verbo latino placere (agradar), além de placebo, entre
outras, também temos prazer e plácido.
Prazerosa placidez
Assim, na prazerosa
placidez de um dia tido como santo, mas profano por ser republicano, ao evocar
santificados amores profanados vida afora e outros tantos, profanos elevados às
honras dos altares, portanto santificados, desanuvio as lentes de minha pena e
volto a palavrear. Tais cuidados despertam-me do sono-sonho quando viajei ao
embalo da inebriante magia das palavras-placebo ministradas por Morfeu.
Quem avisa...
Eu avisei, sou
viciado dependente das palavras. Quem avisa ...
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