Se dói saber que dezenas de outras pessoas
estão disputando aquele emprego com que você tanto sonha, o que dizer quando há
mais de 2,3 milhões de candidatos no páreo?
É o que está acontecendo no Estado de
Uttar Pradesh, o mais populoso da Índia. O governo local anunciou 368 vagas
para cargos administrativos de nível básico e recebeu essa enorme quantidade de
candidaturas.
O anúncio pedia pessoas com idades entre
18 e 40 anos, com curso primário completo e que soubessem andar de bicicleta.
Mas as autoridades se surpreenderam ao receber currículos de dezenas de
milhares de pessoas com curso superior e até títulos de mestrado ou doutorado.
Os funcionários contratados farão
trabalhos como faxina, serviço de copa e cozinha e vigilância noturna. O
salário inicial é de cerca de 15,6 mil rúpias (cerca de R$ 917) por mês – isso
é mais do que a estimativa do Banco Mundial para a renda média mensal de um
indiano, de 8.785 rúpias (R$ 516).
Seleção
de quatro anos
Apesar de a taxa de desemprego nacional da Índia
estar abaixo de 5%, a abertura de novas vagas é algo raro, em parte por causa
da grande densidade populacional do país e do sistema rígido de leis
trabalhistas.
Empregos públicos são mais prestigiados entre os
indianos do que vagas no setor privado, por serem bem remunerados e garantirem
mais estabilidade a longo prazo.
Em Uttar Pradesh, dezenas de milhares de pessoas
estão desempregadas. O Estado tem 215 milhões de habitantes e deve abrigar 13,2
milhões de jovens desempregados até 2017.
Em entrevista à BBC Hindi, Prabhat Mittal,
secretário administrativo do governo de Uttar Pradesh, prevê que o processo de
seleção para esse concurso dure quatro anos. “Se fizermos dez entrevistas, com
200 candidatos por dia, 25 dias por mês, vamos precisar de todo esse tempo para
chegarmos aos finalistas”, disse.
“Não
tínhamos previsto essa situação. Em 2006, abrimos 260 vagas e recebemos 100 mil
inscrições”, afirmou. (Click aqui e leia matéria completa no BBCBrasil)
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