Dando continuidade a História do rádio AM em Feira de Santana, depois de contar a história da pioneira Rádio Sociedade, vamos falar das outras três - Cultura, Carioca (Hoje Povo) e Subaé.
Rádio cultura, a segunda
Até por uma questão política, que sempre interfere na vida do povo, mas, neste caso, de forma positiva para a cidade e gerar uma necessária concorrência na audiência com a Sociedade, surgiu a Rádio Cultura de Feira de Santana ZYN-24, consagrada como “A Emissora da Família Feirense”, inaugurada em 26 de agosto de 1950. Com uma bela sede própria, na rua Geminiano Costa, dispondo de um grande auditório, a emissora foi iniciativa de um grupo político empresarial ligado ao Partido Social Democrático (PSD) que representava a oposição.
Dele faziam parte: Oscar Marques, Eduardo Fróes da Mota, Amilton Cohim, Almachio Alves Boaventura, Osvaldo Boaventura, Welf Ferreira, Salústio Azevedo, Mario Borges Souza, Gilberto Costa, Edite Marques, Ângelo Pedra Branca e Newton Falcão, com o apoio do deputado Carlos Valadares(PSD). A direção ficou com Oscar Marques que depois foi deputado estadual.
A Cultura estabeleceu séria concorrência e de tal modo, que os seus funcionários evitavam se aproximar de quem trabalhava na Sociedade e vice-versa, e havia esse mesmo clima até mesmo entre alguns ouvintes.
Assim como a emissora dos Capuchinhos, a Cultura teve valorosos profissionais, com a vantagem do excelente auditório que lhe proporcionava bons programas para o público aos domingos. Em 1968 na luta pela audiência Oscar Marques, investiu forte, trazendo a equipe esportiva e do programa policial Na Cidade e Nas Ruas, da Cultura de Salvador, sob o comando de Newton Spínola Cardoso.
Todavia em 12 de junho de 1974, o radialista Lucílio Bastos, apresentador do informativo Grande Jornal da Manhã, dás 7 às 8 horas, levou ao ar uma entrevista do deputado federal Francisco Pinto (MDB), criticando o general Augusto Pinochet, então presidente do Chile. O Brasil vivia o regime militar, era presidente o general Ernesto Geisel, e a emissora foi punida com suspensão das atividades durante 15 dias a partir da data de publicação do decreto(12 de junho). Depois a punição foi ampliada com o fechamento da emissora. No dia 13 de junho de 1974 a Cultura silenciava até 26 de julho de 1985, quando voltou ao ar, operando com novo prefixo e canal. Em 20 de setembro de 1994 a Cultural passou a pertencer à Igreja Universal do Reino de Deus.
Rádio Carioca de Feira de Santana
Com uma programação moderna e absolutamente diferente das apresentadas pelas emissoras da Bahia, a Rádio Carioca de Feira de Santana, pertencente a Organização Radinterior - Alceu Nunes Fonseca e Cia Ltda, foi inaugurada em 17 de fevereiro de 1968, na Avenida Senhor dos Passos, esquina com a Avenida Sampaio, onde hoje há um estacionamento.
Sidney Miranda e Ávido Medeiros, os primeiros diretores, deram enorme impulso à emissora que durante cerca de uma década liderou a audiência na cidade. Música, hora certa e notícias, era a dinâmica empregada com locutores de voz grave e timbre semelhante. A mesma técnica de colocar a voz dava a impressão de que só havia um locutor, até porque não era permitida a menção de nomes.
Na década de 80, a emissora sob a direção do técnico de rádio Júlio Eleutério passou a funcionar na rua Comandante Almiro, próximo ao Terminal Rodoviário, já com o estilo original da programação alterado e utilizando-se de uma mais convencional. Em novembro de 1991 a Rádio Carioca foi adquirida pelo empresário mineiro Roberto Pazzi que mudou o nome da emissora para a atual Radio Povo.
Subaé a caçula
A Rádio Subaé 1.080 kHz foi inaugurada em 4 de maio de 1979, com sede na Avenida Getúlio Vargas, onde hoje funciona uma loja de calçados, tendo como proprietário o engenheiro Jair Santos Silva, diretor da Construtora Civil do Nordeste (CCN). O jornalista Antônio José Laranjeira foi o primeiro diretor da empresa.
No início dos anos 80, o empresário Modezil Cerqueira, que atuava em outros segmentos e ingressara com sucesso no setor de comunicação, com o Jornal Feira Hoje e a TV Subaé, adquiriu a emissora de rádio que passou a funcionar na avenida Presidente Dutra, prédio onde até hoje está instalada a TV Subaé. Em 1989 o empresário e político, Pedro Irujo, comprou a rádio que passou a funcionar no Mar da Tranquilidade, onde permanece. Ao contrário das demais emissoras locais transformadas em FMs, a Subaé continua operando em Amplitude Modulada (AM).
NE: Na próxima semana continuaremos com a história do rádio em Feira de Santana, falando dos grandes valores.
Nenhum comentário:
Postar um comentário