Hoje não seria dia de crônica, contudo, resolvi republicar essa escrita há 10 anos, porém atual, para saudar a chegada da estação mais bonita do ano.
Está chegando a Primavera, a “Estação do Amor”. A natureza se veste em flores e cores como que para saudar os casais que se formam ou que se renovam no amor. Mas, hoje em dia o amor anda meio fora de moda. Fala-se do romantismo como se fosse um tipo menor de amor, mesclado de infantilidades, de falta de bom senso, de fuga da realidade.
Eu, como não tenho nada a ver com modismos, me considero uma pessoa romântica, remanescente de uma época que já passou. Eu não reconheço amor sem muito carinho, muita ternura, confidências ao pé do ouvido, cumplicidade, respeito, troca de olhares sinceros da alma, simbolismos, beleza, delicadeza, muita amizade e tudo isto dentro de uma confidencialidade onde só os dois cabem.O amor verdadeiro nos conecta com a criança que nos habita e que nos tempos atuais da racionalidade, da busca desarvorada de um supérfluo que nos custa caro demais, está esquecida, chorando e pedindo pra ser ouvida, pelo menos quando estamos mais distanciados de todo este barulho e deste movimento excessivo, que nem cabe no tempo.
O amor que ama faz surpresas, sonha com letras de músicas, reconhece perfumes, busca se expressar em pequenos presentes, em toques cheios de carinho e de muita sensualidade também, nascidos de um desejo profundo que se extravasa, por não caber todo no coração. É tão bom sentir no olhar do outro a verdade de um sentimento que nada pede além da necessidade de ser revelado. É tão delicioso tocar alguém fora do momento de fazer amor, apenas pra lhe lembrar do quanto é amado.
Receber de surpresa um telefonema no meio da noite, que nos acorda apenas para enviar um beijo e desejar uma noite de bons sonhos. Dar presentes sem valor material, mas cheios de pequenos detalhes que relembram momentos gostosos vividos e que assim se perpetuam.
Precisamos saber cultivar com os pequenos detalhes românticos, no dia-a-dia. Chegar em casa trazendo flores, no meio da tarde, quando só deveria chegar à noite. Nas festas em casa de amigos cantar antigas canções e escrever poemas para a pessoa amada. Acordar no meio da noite com carícias e só dormir abraçados. Não nos cansar de dizer “eu te amo, eu te desejo”.
Devo confessar que este texto é permeado de palavras de outro autor. Mas, como disse o poeta: Qualquer maneira de amor vale a pena, qualquer maneira de amor vale amar. Qualquer maneira de amor valerá. Pois é! Como Roberto Carlos, eu também sou um amante à moda antiga, do tipo que ainda manda flores. E apesar do velho tênis e da calça desbotada, ainda chamo de querida a minha eterna namorada.
Um abraço a todos aqueles que amam de verdade!
Cristóvam Aguiar (setembro de 2011)
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