“As
máscaras que usamos são as maneiras como a nossa personalidade se apresenta. A
pessoa altruísta, a autossuficiente, a pessoa carinhosa, a que está sempre
desconfiada, a egoísta, a briguenta, a honesta, a pessoa carente ou parasita, a
que se faz pai ou mãe de todos, a mentirosa, narcisista, a otimista ou
pessimista, a pessoa colaboradora ou individualista, a pusilânime fraca de
ânimo e sem firmeza, a religiosa, a sofredora, a solitária, a sonhadora, são
alguns exemplos de máscaras que usamos. Não se trata, portanto, de negativo ou
positivo, de bom ou mau. São maneiras de ser que compõem a personalidade de
alguém e fazem parte da alma, isto é, da essência da pessoa”. Essa é a
afirmação dos estudiosos do assunto.
Mas a coisa se complica quando a gente se deixa
envolver pela máscara, afastando-nos da nossa própria essência, perdendo o foco
na nossa busca pessoal, esquecendo dos nossos próprios projetos pessoais de
aprendizado, crescimento e formação de caráter. Ou seja, passamos a viver a
vida de outra pessoa. É aí que nos deixamos influenciar pelas opiniões alheias,
perdendo o nosso próprio senso crítico. É muito bom colher opiniões de outras
pessoas, principalmente as mais experientes, quando temos que tomar decisões
importantes. Mas, a decisão tem que ser a nossa, e não a dos outros. Caso
contrário, a gente se sente infeliz mediante qualquer comentário que não aprove
as nossas ações, decisões e escolhas.
Sentimos insegurança com medo de ter
que enfrentar a realidade de que necessitamos dos desejos e preferências,
idéias ou opiniões, escolhas ou pontos de vista, mesmo que não coincidam com o
que os outros gostam. Escolher os próprios caminhos é a maior tarefa de quem
caminha.
Porque fingimos sempre ser quem não somos? Em alguma
parte da nossa vida, em relação a alguma coisa dela, acabamos por nos mascarar
de uma personagem que em nada tem a ver conosco. Tentamos mostrar-nos mais
independentes do que realmente somos, sem mostrar nossas carências e nossas
fraquezas, só para que não tenhamos de lidar com a preocupação e o cuidado de
outros. Mas depois sentimo-nos sozinhos por os outros nos verem assim, e
realmente não nos apoiarem mais vezes.
Ou então mostramo-nos mais frágeis do que realmente
somos, só para que andemos sempre levados pelas mãos dos outros. Assim, se algo
corre mal, sempre podemos culpar quem nos “carregou” no caminho que seguimos. A
verdade é que nos mascaramos a nós mesmos. Acabamos por acreditar na pessoa que
vemos no espelho e não vemos a que está por trás.
Mas é também real que com essas máscaras nos sentimos
mais confiantes e mais seguros em determinadas circunstâncias. Porém, o pior é
quando nos vemos claramente e sentimos o engano em que vivemos.
Cristóvam Aguiar (23.05.2011)
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