Suzene Galeão perguntou através do Facebook: Alguém pode me
responder o que é ziriguidum?
Seguiram-se comentários do tipo: “Uma idiotice sem tamanho.
Não tem letra, música nada”! “Deviam dar o troféu de pior música para este
ziriguidum”. E por aí vai. Quer dizer: A pergunta, em si, ficou sem resposta.
Até que apareceu alguém, o Jean Boaventura, que "ouviu" a pergunta e
respondeu dando uma aula: “Onomatopéia imitando som de percussão do samba
(ziriguidum, ziriguidum, ziriguidum, ziriguidum,...). Traquejo, molejo, ritmo, jeito...”.
Depois
ela perguntou “o que é timbalaê, porque Fausto Silva perguntou em seu programa
a Maria Gadú e ela respondeu: eu fiz a letra mais não sei o que é”. E novamente
o Jean deu aula:
“Timbalaiê
tem origem nos afegãos que evocam um deus, santo dos santos. Só que não é timbalaê
e nem timbalaiê, e sim, shimbalaiê, que é o título de uma canção da cantora
Maria Gadú do seu álbum homônimo. Existem várias formas de se escrever, no
entanto, a forma correta é Ximbhalaijè, que poderia ser traduzida assim: Ximbha
(natureza, meio ambiente) - Laijè (alma, deus, espírito).
É
isso aí. Embaladas pela onda geral, sem parar para refletir, as pessoas vão
emitindo opinião e dando respostas sem ter sequer "ouvido" as
perguntas, e, o que é pior, sem estar preparadas para respondê-las. E a maioria
toma estas opiniões e respostas errôneas como verdadeiras, e assim vai se
disseminando o erro.
Eu
nunca me esqueço de quando, na lagoa de São José, vi uma luz estática no alto
da serra. Parecia uma estrela ou um planeta, mas não se movia. Indaguei aos
meus companheiros sobre o que seria, e a resposta veio pronta, na ponta da
língua: “é um carneiro de prata que tem lá em cima”. Claro que não engoli a
resposta, mas me calei para não ofender o amigo e nem criar uma discussão inútil.
Da mesma forma que sempre agi quando fiz alguma pergunta embaraçosa a algum
religioso e ele, sem ter ou sem querer dar resposta, apenas dizia: São os mistérios
de Deus.
Diz-se
que um sábio fala porque tem alguma coisa a dizer, e um tolo fala porque tem
que dizer alguma coisa. Quando me fazem perguntas, eu as respondo se tiver a
resposta. E caso não tenha, sou humilde o suficiente para confessar minha ignorância
sobre o assunto. E tão logo possa me apresso em me inteirar sobre o assunto
para poder dar respostas corretas quando me perguntarem outra vez.
Ainda
sobre a pergunta de Suzene sobre o ziriguidum, o comentário de que não tem
letra, música nem nada é totalmente equivocado. Tem música sim, e música, uma
vez que há acordes. E tem o que se espera de um samba ou de uma música de
carnaval, ou seja, ritmo, alegria, molejo, etc. A letra é o que menos importa.
Ou por acaso, meus contemporâneos, vocês vão me dizer que as músicas que
embalaram os nossos carnavais tinham letras espetaculares? Então me diga aê,
meu rei, que você sabe o que é “paracuru, o azul da estrela?
Eu
sei, mas a maioria não sabe, vai ter que correr pro dicionário ou para o
Google.
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