quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Espiritismo sem preconceito



O que se observa na relação entre encarnados e espíritos é que os encarnados sempre buscam os benefícios pessoais numa tentativa de ressuscita a antiga Lei de Gerson, “Levar vantagem sempre”. Essa atitude é inconsciente e espontânea.
Muitos vão achar que esse é um ponto de vista bastante radical, mas é muito difícil ver alguém contatando com pessoas do mundo espiritual como se fossem dois encarnados.
O encarnado está sempre tentando obter favores e, às vezes, a depender da linhagem desses seres, até oferecendo suborno mesmo em se tratando de atitudes do bem. 
Quando dois amigos ou até mesmo pessoas conhecidas se encontram elas se confraternizam e conversam alegremente. Um encontro desse pode até desencadear um processo de ajuda em ambas às partes.
Porque não poderia ser assim o relacionamento entre encarnados e habitantes do mundo espiritual? Assim como um encarnado precisa de ajuda, muito mais desencarnados estão nessa mesma situação. Os encarnados se preocupam mais com as doenças do corpo já os desencarnados com as doenças psíquicas.
Num encontro desses ninguém sabe quem está revivendo a fábula do burrinho que se mata carregar água da fonte para ganhar uma boa ração ou do dono do burrinho que é alimentado simplesmente para que continue a carregando água da fonte.
Não quero dizer com isso com o mundo espiritual se resume apenas a espíritos de desencarnados. Quem acha assim é porque tem muito chão para andar e pouco saiu do lugar.
Em minha adolescência, em visita a um parente, excelente médium que contatava com extrema facilidade com espíritos de luz das mais distintas linhagens, algo de muito positivo ficou registrado em minha mente.
Após algumas pessoas completarem sua secção de benefícios pessoais se iniciava a minha conversa com esses seres. O “bate-papo” girava em torno de como estavam seus amigos, os quais eu já identificava alguns, como eram suas cidades e aldeias, como eram suas brincadeiras.
Lembro-me de um garotinho, não vou citar o nome, que sempre me falava das brincadeiras entre si, numa estradinha de terra que terminava dentro da aldeia. O curioso é que essas brincadeiras eram com um carrinho de plástico que eu havia lhe dado há alguns dias e eles compartilhavam esse carrinho, uns com os outros, durante esses momentos.
Quando eu doei esse carrinho, em mãos desse garotinho incorporado nesse meu parente, eu nem imaginava que seria possível ele ser levado para essa aldeia. Só depois, lendo alguns livros espíritas é que fiquei sabendo de um processo muito conhecido no meio espírita. Era o “Plasmar de objetos”.
Outra coisa que eu me lembro era dele me contando de alguns “carões” que um tal avô ou pai, não sei ao certo, lhe dava por alguma peraltice que não era legal.
Não é admissível que uma relação dessa seja censurada, principalmente por grupos espíritas, bandeirantes do preconceito, usando esta frase mortal: não é bem assim. Isso vai de encontro aos ensinamentos de Kardec.

Conrado Dantas

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