“Quem põe a mão
no arado e olha para trás não está
apto
para o Reino de Deus” (Lucas 9, 62 b)
Faleceu
na terça-feira passada (28) dom Silvério Jarbas Paulo de Albuquerque (96 anos),
bispo emérito de Feira de Santana. Dom Silvério apresentava saúde debilitada há
algum tempo por causa da idade avançada. O corpo foi velado e sepultado na
Catedral Metropolitana de Santana, onde também foi celebrada uma missa de corpo
presente, com participação de dezenas de bispos, padres e milhares de fiéis .
Dom Silvério nasceu em Olinda, Pernambuco no dia 11 de março
de 1917, filho de Artur Paulo de Albuquerque e Laura Isaura de Melo
Albuquerque. Fez seus estudos fundamentais no Colégio Marista de Recife. Em
1933, seguiu para a Alemanha para completar seus estudos. Em 1937, professou os
votos religiosos na Ordem dos Frades Menores. Ordenou-se sacerdote a 30 de maio
de 1942 e no mesmo ano foi nomeado diretor do Seminário Franciscano Ipuarana,
em Campina Grande, interior da Paraíba. De 1964 a 1970 foi superior do convento
São Francisco, em Salvador. No dia 17 de março de 1970 recebeu a notícia de sua
eleição para bispo da Diocese de Caetité, onde permaneceu por três anos.

A
biografia de Dom Silvério, publicada em 2008 no livro “O Campo Arado por
Jarbas” do escritor Carlos Kruschewsky, mostra fatos pouco conhecidos da
infância e adolescência do menino\rapaz alegre e feliz que gostava de jogar futebol,
passando pelos fatos sócio políticos com os quais ele teve que lidar, como o
nazismo e a ditadura militar no Brasil, inclusive, narra fatos sobre a polêmica
extinção do lado profano da Festa de Santana na década de 80.
O
livro mostra em cada fase da vida de Dom Silvério um ser humilde, voltado para
a fé, o conhecimento e o trabalho, sempre com coerência e firmeza, como
demonstrados na defesa de um colega preso pela ditadura, ou na visita da Rainha
da Inglaterra ao Convento de São Francisco, em Salvador.
O
advogado Antônio Santana, que prefacia o livro, assim retratou o caráter de Dom
Silvério: “...sua visão e sua formação teológica não surgem como uma exposição
doutrinária carregada de erudição, mas de uma forma espontânea e em consonância
com a Igreja, frutos que são dessa sólida formação, após anos de tanto estudo e
trabalho. Em tudo emerge a mansuetude, a firmeza e mostra a revelação, ‘sem a
qual a criação seria um livro fechado’. Sempre cultivou o desapego,
identificando-se com o Senhor e o agir como Cristo”.
Para
os católicos, o sentimento que fica foi expresso pelo arcebispo metropolitano,
Dom Itamar Vian: “O irmão, amigo, religioso, sacerdote e bispo dom Silvério
Jarbas Paulo de Albuquerque, com certeza, repetiu as palavras de São Paulo: Combati
o bom combate, terminei a minha carreira, guardei a fé. Já nada me resta senão
receber a coroa de justiça que o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia” (2
Tim 4,7-8).
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