E atual crise envolvendo os poderes
Legislativo e Judiciário é um retrato fiel desse turbilhão de eventos que estão
levando o Brasil a um caminho que dificilmente terá volta, a não ser com
derramamento de sangue. Aliás, sangue esse que tem sido derramado em abundancia
nos campos e cidades, pela violência atiçada pela simples proibição do uso de drogas e pela luta de classes que o governo
estimula.
E nesse salve-se quem puder, nesse
desespero de conquistar fama, dinheiro e poder a qualquer preço, as pessoas não
percebem o que acontece à sua volta e entram nas armadilhas preparadas pelos
mentores da ditadura sem ter a menor noção do perigo. O artigo que publicamos
hoje (Revolução Silenciosa) faz um retrato bem claro dessa situação.
E mesmo marchando silenciosa e
covardemente para o desastre, as possíveis lideranças (alô Igreja, Maçonaria,
OAB...) que poderiam levantar a voz, calam-se por covardia ou conivência. Eu
falo dessas coisas porque ainda me resta um pouco de sonho na prática de um
jornalismo ético, responsável, comprometido apenas com o bem comum.
Aliás, com quase 35 anos de profissão e
há poucos meses de entrar para a terceira idade, eu não aspiro mais nada. Já
fiz tudo que queria fazer na minha vida. Vivi como bem quis e fiz tudo do meu
jeito. Poderia muito bem parar de escrever, e está mais perto do que longe o
dia da minha aposentadoria, por conta
dos meus problemas de saúde.
Antes que se agrave, vou depor as armas
e ir embora para São Miguel do Mato Dentro, aonde nem notícia ruim chega e onde
o governo só aparece no dia de pedir votos que eu, com certeza, não darei.
Nunca fui dado a luxos e badalações, e poderei muito bem viver o resto dos meus
dias fazendo as coisas que mais gosto, em companhia de bons amigos e do amor da
minha vida.
Combati o bom combate e tenho a
consciência tranquila. Agora é com vocês meus jovens. Mas se querem fazer
alguma coisa para evitar o pior, façam agora, porque amanhã será tarde demais.
Vale deixar um lembrete: Trabalho desde
os 13 anos e nunca vi dinheiro fácil dar felicidade a ninguém. Não sou rico nem
pobre, mas vivi e vivo uma vida digna e feliz. Só estou um pouco triste por
perceber que pouco ou nada adiantou combater a ditadura militar. Porque mesmo
ganhando, nós perdemos.
Pensem
nisto!
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