sexta-feira, 17 de maio de 2013

Intransigência

            O governo do Estado acaba de conceder reajuste salarial aos seus servidores à razão de 5.84%, sendo 2% retroativo a janeiro e 3.84 em julho próximo. Esta reposição será agregada aos ganhos específicos das categorias, tratados nas mesas de negociações, previstos para este ano. No âmbito municipal o prefeito José Ronaldo concedeu um reajuste de 5% aos servidores. Algumas categorias, entretanto, por conta dos planos de carreira e acordos sindicais, levam o percentual dos reajustes salariais para as mesas de negociação.

É o caso dos professores, que estão negociando o seu reajuste. O prefeito ofereceu 8%, sendo 4% agora e 4% em outubro. Alega o alcaide não ser possível dar o aumento integral imediatamente, por conta de dificuldades financeiras que a Prefeitura está enfrentando. Já teve vereador da oposição dizendo que “se o prefeito está anunciando (nesta sexta-feira) um pacote de obras no valor de R$ 25 milhões, não está em tanta dificuldade assim”. Mas isso é birra política, porque todo mundo sabe que o dinheiro público não é só para pagar professores. Existem, além das outras categorias, serviços e obras (como as anunciadas hoje) que precisam ser realizadas.

Ronaldo já governou o município por oito anos, e não se tem notícia que tenha descumprido uma promessa feita publicamente. É por isso que estranho a posição do Sindicato dos professores, cujos líderes já estão anunciando paralisações antes mesmo de se encerrarem as negociações. O Prefeito não bateu o martelo nem fechou questão, um sinal de que algo ainda pode ser negociado. Então, por que paralisações?

Pais e alunos ainda sofrem com os efeitos da longa paralisação dos professores do Estado que, inclusive, voltaram às salas de aula com o rabo entre as pernas, sem nada ter conquistado. Greve é um direito do trabalhador, mas é um recurso extremo. É luta. É enfrentamento. É guerra. E para promovê-la devemos avaliar bem as nossas chances de vitória e as consequências de uma possível derrota. Mas os líderes sindicais, de um modo geral, parecem avaliar apenas os seus ganhos políticos pessoais quando convocam uma greve.

Patrão se puder pagar nove não paga dez. Mas o trabalhador tem que fazer por merecer dez para então reivindicar o reajuste. Pelo que estou informado, os professores da rede municipal merecem dez, porque houve uma mudança de conceito, e hoje eles se atualizam, se qualificam, se preparam para executar cada vez melhor o seu trabalho. E se não o fazem é porque não lhes dão melhores ferramentas e condições de trabalho.

Por isso eu creio que mais justa e apropriada seria agora uma manifestação pública dos pais, por melhores condições de trabalho para os professores, por escolas melhores, modernas, bem equipadas. Greve de professores agora, com certeza não terá respaldo no seio da sociedade.

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