Se
me vi enfiado em camisa de onze varas para explicar às jovens mentis em azafama
por saber, imagino como se explicará à patuleia o nosso vetusto mandatário
maior, o significado de “Cruzeiro”. Os herdeiros de Gutemberg e Le De Forest
não pouparam tinta ou palavras para repercutir tão grave acontecimento e se
desdobram em análises sobre que graves mudanças advirão mundo afora decorrentes
da gafe presidencial. “Estamos liquidados”, proclamaria e sentenciaria o meu
amigo e confrade, jornalista Hugo Navarro.
Mudando o foco, mas ainda me reportando à plebe ignara, ouço a notícia de que
um homem foi linchado em praça pública, na nossa pacata e ordeira Princesa do
Sertão, por ter havido estuprado uma criança de seis anos. O mesmo, consumado o
ato, teria deixado a criança trancada no quarto, palco do crime, e reuniu-se ao
grupo de buscas formado para localizar o desaparecido infante. Esclarecido o
crime, aconteceu o linchamento. Alguns jornalistas e radialistas, classificaram
a atitude da população como “um ato de selvageria”. Não contestaria a
classificação se não vivêssemos num país selvagem. Estão aí os recentes fatos
ocorridos em presídios do Norte do Brasil a confirma o que digo.
E
quando um secretário nacional de não sei lá o que (são tantos), fugindo ao
comportamento geral de seus parares, declarou que não entendia porque a mídia
dava tanto destaque a uma guerra entre bandidos, mas não dava o mesmo destaque
quando bandidos chacinam membros da população honesta e trabalhadora, e que,
por ele (o secretário) poderia morrer um presídio inteiro por dia, foi induzido
à demissão, pelos zelosos homens dos altos escalões do governo, protetores dos
direitos humanos de ladrões e assassinos, seus colegas. Mas, é isso aí. Quando
o Estado falha, a população se defende por conta própria
Pobres de nós. Triste povo que se indigna com uma simples gafe de um
presidente, se comove com uma guerra entre bandidos, mas finge não ter
conhecimento da guerra civil surda e cruel em que vivemos.
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