Em uma grande agência de emprego no
centro de São Paulo, uma cena se repete: com currículos em mãos,
dezenas de pessoas formam fila para falar com a recepcionista. "Você se
cadastrou no nosso site?", ela pergunta. A frustração dos candidatos é
visível, assim com o cansaço da mulher que, do outro lado do balcão,
atende centenas deles em uma manhã.
O drama das 12 milhões de
pessoas que hoje estão sem trabalho no Brasil é bem conhecido. Mas pouco
se fala dos efeitos do desemprego para quem fica nas empresas. Com 3
milhões de demitidos nos últimos três meses de 2016, segundo o IBGE,
quem continua contratado pode virar um "funcionário-polvo", acumulando
funções de ex-colegas, além de precisar lidar com o medo do desemprego.
Apesar de não ser medido em números, esse fenômeno é velho
conhecido dos especialistas em mercado de trabalho. Segundo os
professores entrevistados pela BBC Brasil, o aumento de pressão sobre os
empregados é uma tendência natural em momentos de crise.
"Toda
vez que uma empresa entra em dificuldade, ela precisa fazer o melhor
possível com o pessoal que permanece. Fazer muito com pouco torna-se a
chave do sucesso", explica o professor da FEA-USP José Pastore, que
também é consultor em relações do trabalho.
Para manter o ritmo,
diz Pastore, empresários ficam com os subordinados considerados mais
versáteis, que podem aprender novas tarefas rapidamente. São os mais
propícios a tornarem-se "funcionários-polvo". Click no link e leia mais nBBCBrasil
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