Uma pesquisa
global revelou que 72% dos brasileiros acreditam que o país está em declínio,
mas que 80% acha que ele poderá se recuperar.
Esses dados
foram revelados por uma pesquisa realizada em 22 países pelo instituto Ipsos.
Apenas na África do Sul, na Itália e na Coreia do Sul um porcentual maior de
entrevistados (73%) achou que seu país estava em uma situação de declínio.
Para
responder à pergunta "Seu país está em declínio?", os entrevistados
puderam optar entre seis opções: 'concordo bastante', 'concordo de certa
forma', 'não concordo nem discordo', 'discordo de certa forma', 'discordo
bastante' e 'não sei'.
Mais de 57%
das 16.096 pessoas ouvidas pela pesquisa nos 22 países (Argentina, Austrália,
Bélgica, Brasil, Canadá, França, Alemanha, Grã-Bretanha, Hungria, Índia,
Israel, Itália, Japão, México, Peru, Polônia, África do Sul, Coreia do Sul,
Espanha, Suécia, Turquia e Estados Unidos) responderam 'concordo bastante' ou
'concordo de certa forma', ou seja, mais da metade das pessoas consultadas tem
uma visão negativa da situação de seus países atualmente.
Em
contrapartida, só uma minoria tem essa visão em países como Índia (22%) e
Canadá (38%).
Para o
diretor da Ipsos, Danilo Cersosimo, a maior parte da população ouvida
considerou que os atuais modelos político e econômico falharam e agora quer
mudanças.
"Se você
analisa grandes casos de 2016, como o Brexit (saída da União Europeia) no Reino
Unido, fica claro que há uma falta de confiança na economia local. Quando os
países estão fluindo bem, com dinheiro e distribuição de renda justos, isso não
acontece", afirmou.
Por outro lado, a pesquisa - que conduziu as
entrevistas de 21 de outubro a 4 de novembro de 2016 - aponta que 67% dos
entrevistados acreditam que seu país se recuperará. Apenas 15% consideram que o
quadro é irreversível.
O Brasil aparece em quinto lugar no ranking dos
mais otimistas - com 80% dos entrevistados acreditando na recuperação do país.
Para o diretor da Ipsos, essa esperança é explicada
pelo desejo de um processo de mudança demonstrado em algumas eleições.
"Nunca foi tão forte o sinal de que se
precisava de algo novo na política. O mundo está numa insegurança tão grande
que a gente ficou no discurso do novo. O (presidente eleito Donald) Trump nada
mais é do que a antipolítica americana. Outro exemplo são os discursos que o
(prefeito João) Doria escolheu para se eleger em São Paulo", disse.
Leia matéria completa no BBCBrasil.
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