O sistema de transporte público sempre foi um dos calcanhares de
Aquiles, da cidade. Em um dos períodos a população chegou a ficar sem
transporte e os "ligeirinhos" foram a salvação da roda de uma população
que teve de se virar nos trinta para manter suas atividades. Ao final do
governo Ronaldo surgiu a ideia do BRT - que vai se arrastando como pode
- e a excelente troca de empresas que faziam o transporte coletivo com
uma frota toda nova.
Ao longo deste período, notícias aqui e ali sugeriam que os
empresários estavam insatisfeitos, que o rendimento não era o esperado.
Depois, alguns veículos foram vistos em outras cidades, mas afirmou-se
que era recall na distante São Paulo. Alguns dizem que o verdadeiro
causador seria o transporte clandestino de passageiros, um problema
nunca enfrentado verdadeiramente pelo governo, e que vai corroendo o
lucro das empresas.
O fogo de monturo foi crescendo e, agora, vem a preocupante
notícia que ao menos 50 ônibus foram tomados pelo Banco Mercedes por
falta de pagamento. É uma situação gravíssima, pois, acredito que este
número alto deve fazer falta na qualidade do serviço prestado e coloca
sob risco o funcionamento do próprio resto do sistema.
A Prefeitura precisa dar uma resposta urgente à população,
afinal, ela confiou no governo e a situação precisa ser colocada de
forma transparente para a Sociedade. A retirada dos carros acrescenta
mais um dilema: fortalece os "ligeirinhos". Retirados, corre-se o risco
do caos; deixados, coloca-se em risco o retorno da empresa de ônibus, o
BRT, e a viabilidade do sistema.
O céu, para o sistema de transporte público, decididamente, não está cor de Rosa.
Nota: para aumentar o mistério, após este texto, a empresa Mercedes
negou que tivesse retido os carros. Até conseguiu autorização na Justiça
para isto por dívidas, mas ao chegar a garagem a encontrou vazia.
Enfim, ninguém sabe, ninguém viu...
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