
Abordei esta situação em uma palestra que fiz no Dia da Cidade,
na Câmara Municipal, mas é preciso uma luta permanente e conscientização
para que todos entendam que as pequenas intervenções cotidianas tem
extraordinário impacto na vida dos cidadãos: calçadas, sinalização,
ausência de obstáculos, degraus, rampas,etc. É comum vermos postes no
meio de uma calçada estreita colocados pelo gestor público, muros
colocados na calçada como a Tribuna mostrou recentemente na Avenida
Nóide Cerqueira, com a sub-fiscalização habitual.
As calçadas de Feira são ocupadas por comerciantes, bares, carros
de mão, cadeiras, buracos, postes, e todo tipo de coisa que infernize e
atrapalhe o deslocamento do cidadão. Ao invés, apenas, de campanhas
anunciando obras todo gestor deveria fazer campanhas educando o cidadão
para esta desocupação e manter um programa permanente de manutenção das
calçadas.
Uma calçada ideal, segundo manual do CREA, deve garantir
acessibilidade , tamanho ideal(1,20m), fluidez ( os pedestres devem
conseguir andar a velocidade constante), continuidade ( piso liso e
antiderrapante, mesmo quando molhado, com declividade transversal de não
mais de 3%), segurança ( sem riscos de queda ou tropeço), espaço de
socialização ( áreas para econtro entre as pessoas), desenho de
paisagem (climas agradáveis que contribuam para o conforto visual do
usuário), sinalização, entre outras normas técnicas mais específicas.
Um estudo do IPEA estimou que entre 2002 e 2003, 9 a cada 1000
moradores de aglomerações urbanas brasileiras sofreram quedas como
pedestres. Em Feira, com 600.000 habitantes, podemos estimar que, ao
menos, 5400 pessoas foram vítimas de queda. O estudo estima que, àquela
época, cada um custou em torno de R$2.800.00 reais ao sistema de saúde,
mostrando o impacto que isto tem na vida da cidade e do cidadão.
Pesquisas mostram que as calçadas são um dos ítens de maior
preocupação entre os pedestres e precisa passar a fazer parte como
prioridade das agendas administrativas. Em Feira, ainda selvagem neste
uso das calçadas, o trabalho precisa ser compatível com o tamanho do
problema. (Publicado no Tribuna Feirense)
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