“Ando devagar, porque já tive pressa e já chorei demais”.
Ah! Como eu gosto dessa canção e desses versos! Diz muito sobre mim. É sempre mais fácil colocar a culpa nos outros do que em nós mesmos. Eu não fui diferente de ninguém. Sempre me coloquei na defensiva dizendo: A culpa não é minha, e ainda apontando culpados. Demorou muito para que percebesse que a culpa é sempre minha. Explico: Se repararmos bem todos os envolvidos em algum conflito tem sempre uma parcela de culpa pelo que está acontecendo. Uns mais outros menos, todos os envolvidos em discussão tem sempre uma parcela, de culpa para que ela tenha ocorrido. O bom mesmo seria que todos os envolvidos parassem para refletir o que deu origem a discussão e refletir sobre qual a forma de acabar com o conflito e mais ainda como evitá-lo.
No cotidiano sempre há discussões
envolvendo marido e mulher, pais e
filhos, patrões e empregados, professores e alunos, e por aí vai. Uma discussão
só pode ser sadia se envolver a busca pelo conhecimento e pela melhor forma de
resolver o problema que se nos apresenta. Pode-se até encontrar onde se
originou os problemas, para melhor tentar resolvê-los. O pior caminho é sempre
o conflito.
Conta-se que um homem procurou um sábio
para lhe fazer uma pergunta sobre determinado assunto. Quando o sábio deu
a resposta o homem disse: Não! Não creio
que seja assim. Creio que seja dessa outra forma, ao que o sábio respondeu: Você
tem razão! E o homem saiu feliz da vida carregando a sua verdade.
Emmanuel Kant disse que as coisas não são
como são, são como nós a vemos e as entendemos! À medida em que vamos evoluindo
começamos a observar as vicissitudes da vida de acordo com o grau de conhecimento
que adquirimos, à medida que envelhecemos. E se pararmos para refletir, veremos
quantas opiniões tivemos sobre as mesmas coisas e quantas vezes mudamos de
opinião. A vivência traz sabedoria e mudar de opinião é sempre bom e necessário.
Estou com 70 anos e vejo em quanta coisa
eu mudei o meu pensamento. Por isso, como diz a música de Renato Teixeira e
Almir Sater, “hoje me sinto mais forte, mais feliz, quem sabe? Mas levo a
certeza de que muito pouco eu sei. Ou nada sei”. Contudo, vou seguir procurando
as minhas verdades. E só me cansarei de procurá-las no dia em que morrer. Não sei
quantos anos de vida me restam. Mas, enquanto viver quero sempre saber procurar
e quando encontrar ter sabedoria para assimilar e mudar de acordo com a minha
nova ideia de encarar as coisas.
Porque as coisas não são como são. São
como nós a vemos e as entendemos! É sempre bom refletir sobre isso.
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