segunda-feira, 29 de julho de 2024

A culpa é sua

 

“Ando devagar, porque já tive pressa e já chorei demais”.

Ah! Como eu gosto dessa canção e desses versos! Diz muito sobre mim. É sempre mais fácil colocar a culpa nos outros do que em nós mesmos. Eu não fui diferente de ninguém. Sempre me coloquei na defensiva dizendo: A culpa não é minha, e ainda apontando culpados. Demorou muito para que percebesse que a culpa é sempre minha. Explico: Se repararmos bem todos os envolvidos em algum conflito tem sempre uma parcela de culpa pelo que está acontecendo. Uns mais outros menos, todos os envolvidos em discussão tem sempre uma parcela, de culpa para que ela tenha ocorrido. O bom mesmo seria que todos os envolvidos parassem para refletir o que deu origem a discussão e refletir sobre qual a forma de acabar com o conflito e mais ainda como evitá-lo.

No cotidiano sempre há discussões envolvendo marido e mulher, pais  e filhos, patrões e empregados, professores e alunos, e por aí vai. Uma discussão só pode ser sadia se envolver a busca pelo conhecimento e pela melhor forma de resolver o problema que se nos apresenta. Pode-se até encontrar onde se originou os problemas, para melhor tentar resolvê-los. O pior caminho é sempre o conflito.

Conta-se que um homem procurou um sábio para lhe fazer uma pergunta sobre determinado assunto. Quando o sábio deu a  resposta o homem disse: Não! Não creio que seja assim. Creio que seja dessa outra forma, ao que o sábio respondeu: Você tem razão! E o homem saiu feliz da vida carregando a sua verdade.

Emmanuel Kant disse que as coisas não são como são, são como nós a vemos e as entendemos! À medida em que vamos evoluindo começamos a observar as vicissitudes da vida de acordo com o grau de conhecimento que adquirimos, à medida que envelhecemos. E se pararmos para refletir, veremos quantas opiniões tivemos sobre as mesmas coisas e quantas vezes mudamos de opinião. A vivência traz sabedoria e mudar de opinião é sempre bom e necessário.

Estou com 70 anos e vejo em quanta coisa eu mudei o meu pensamento. Por isso, como diz a música de Renato Teixeira e Almir Sater, “hoje me sinto mais forte, mais feliz, quem sabe? Mas levo a certeza de que muito pouco eu sei. Ou nada sei”. Contudo, vou seguir procurando as minhas verdades. E só me cansarei de procurá-las no dia em que morrer. Não sei quantos anos de vida me restam. Mas, enquanto viver quero sempre saber procurar e quando encontrar ter sabedoria para assimilar e mudar de acordo com a minha nova ideia de encarar as coisas.

Porque as coisas não são como são. São como nós a vemos e as entendemos! É sempre bom refletir sobre isso.  

               

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