Origens do RSVP
No desabrochar do século XIX, o velho lenhador Monsieur François Nardi planejou agrupar os artesãos para propiciar visibilidade à atividade madeireira local. Sendo as cabanas próximas umas às outras, a propagação da ideia fora facilitada, pois então, os comunicados à coletividade aconteciam via pregões e editais.
Acertaram-se
atingir determinadas metas para a feitura de objetos diversos: pássaros,
duendes, fadas, barris, gamelas, miniaturas de embarcações. Mas, como entre o
sonho e a realidade permeiam, nos humanos, distintos pensares e comportamentos,
isto se refletiu na nova sociedade.
Viviam-se
tempos do desafogo das pressões, graças à extinção da monarquia – nada
era imposto, a participação era opcional. Assim, muitos nada produziam, sequer
tomavam conhecimento dos editais, tampouco satisfações prestavam.
Monsieur
François, paciente, ponderava que, os artesãos não se percebiam ser a
participação coletiva, primordial fator para sucesso. Evidente, não se
conformava em testemunhar a presença de apenas meia-dúzia deles. A maioria dos
ausentes, não tinha sequer a gentileza de avisar seus impedimentos ou a decisão
de nada produzir.
Tais
inadequados comportamentos, incitaram, nas bandas de Paris, o advento da
combinação das leras RSVP, para difundir a cortesia de confirmar-se ou não o
atendimento a qualquer convite.
Ao
tomar conhecimento da nova prática, Monsieur François, determinou sua adoção.
apondo aos editais e avisos, aquelas letrinhas, RSVP. Em francês “Répondez s’il
vous plait”; em bom português, “Responda, por favor”.
O
habitual uso da educativa expressão, foi fator do progresso da agremiação
madeireira, bem como contribuiu para sensíveis avanços no campo da civilidade.
Anote-se
que nas festividades familiares, até então, era comum muitos convidados,
aparecerem acompanhados de duas ou três pessoas, sem aviso algum. De quebra, a
maioria, à saída, carregava bandejinhas com doces e salgados da festa. Os
franceses artesãos rapidamente apreenderam o novo comportamento.
Para encerrar, fica a indagação. Quando
será que por aqui, em nossas recôncavas bandas, habitualmente praticaremos tais
regras da cortesia?
Bahia – Terra de Todos os Charutos, das crônicas Fumaças Magicas
e Palavras ao Vento,
participa do Colares – Coletivo Literário Arte
de Escrever. Vive em São Gonçalo dos Campos - Ba
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