sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Alex Ferraz

ANDRÓIDES
Seja no restaurante, nas ruas ou mesmo em locais de trabalho, é cada vez maior a multidão de plugados em redes sociais que não tira o olho dos seus smartphones para nada. Quando vejo essa multidão de andróides mudos, que só fazem, às vezes, sorrir de forma alvar diante da tela, lembro do que disse Albert Einstein, muitas décadas atrás: "Eu temo o dia em que a tecnologia ultrapasse nossa interação humana, e o mundo terá uma geração de idiotas." 
 
frase: "Grande parte da saúde é para o doente trabalhar para ser são." (Luís Vaz de Camões)
 
Autoridades minimizaram perigosamente a chikungunya
 
Mais de 600 casos suspeitos da febre chikungunya foram notificados em Feira de Santana entre os dias 6 de julho e 27 de setembro. Do total, 33 casos foram confirmados – 14 em laboratório e 19 por critério clínico. Outros 11 casos já foram descartados e 562 continuam sob investigação.
Outra notícia veiculada ontem na TV: mais 10 municípios baianos têm suspeita de casos da doença, inclusive o nosso vizinho Lauro de Freitas.
Diante desses dados, lembro-me que a Secretaria da Saúde do Estado declarou que a chikungunya não deveria preocupar a população, porque não é uma ameaça à sociedade.
Está claro que o órgão da saúde minimizou perigosamente a situação, que agora tende a se expandir. Talvez por estarmos em véspera de eleições, reza-se que todas as atitudes oficiais devam transmitir otimismo. Não deveria ser assim. A atitude esperada não seria, evidentemente, de criar pânico, mas sim de imediatamente iniciar uma campanha para prevenção da doença, esclarecer publicamente (inclusive com informes em toda a mídia) sobre sintomas e consequências do mal.
Minimizar o surto é algo mesmo irresponsável, principalmente  entre uma população que tem a característica de ser desleixada. Basta ver a enorme quantidade de caixas d'água, piscinas e outros reservatórios abertos que têm sido flagrados sem tampa e oferecendo, assim, todas as condições para a proliferação dos mosquitos que transmitem a doença, inclusive a dengue.
 
Há números e números....
Sem nenhum complexo de vira lata, como diria Nelson Rodrigues, mas só para efeito de curiosidade: o metrô de Salvador transportou um milhão de passageiros entre junho e outubro. Já o metrô de São Paulo transporta 4,5 milhões por DIA. Mas São Paulo é São Paulo, né?
 
EUA, terrorismo e outras mortes (I)
Os americanos têm grande medo de morrer em ataques terroristas, mas, excetuando, claro, o ataque de 11 de setembro de 2001, outras coisas têm matado muito mais americanos do que o terror. Vejam alguns dados noticiados pelo rede CNN:
Em 2013, mordidas de cachorro mataram mais nos EUA do que terrorismo – com 32 fatalidades, de acordo com a ONG DogBites.org, comparando com as oito mortes por ataque terrorista dentro dos EUA e dezesseis mortes no exterior.
 
EUA, terrorismo e outras mortes (II)
E mais: na “estação” de gripe entre 2012 e 2013, o Centro de Controle de Doenças (CDC, sigla em inglês), registrou 149 mortes infantis. 
Pesquisadores que escreveram no jornal médico The Lancet estimaram que cerca de 800 mulheres morreram durante o parto, fazendo com que mortalidade materna seja três vezes maior do que no Reino Unido.
 
EUA, terrorismo e outras mortes (III)
E vejam isto: de acordo com a Administração de Saúde e Segurança Ocupacional, “4.405 trabalhadores morreram em acidente laboral, cerca de 85 mortes por semana e mais de 12 todos os dias”. 
Armas de fogo: Em 2013, mais pessoas morreram todos os dias por violência com armas do que por terrorismo – com cerca de 30 pessoas sendo mortas a tiros todos os dias. A maioria foi suicídio. 

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