Cerca de 20 quilômetros separam as 
casas da colunista Hildegard Angel e da diarista Solange Alves Leite no 
Rio de Janeiro. A primeira mora em Copacabana, de frente para o mar, e a
 segunda no Morro do Banco, no Itanhangá, Barra da Tijuca. Mas não são 
apenas as realidades muito distintas que separam as duas mulheres. 
Hildegard vota em Dilma Rousseff (PT), e Solange, em Aécio Neves (PSDB).
De
 longe, as intenções de voto reveladas à BBC Brasil mostram faces 
surpreendentes do eleitorado, com um inesperado voto de uma integrante 
da alta sociedade brasileira à candidata petista e uma opção pelo tucano
 de uma trabalhadora nordestina que chegou a passar fome na infância.
As
 escolhas das duas também parecem ir na contramão das pesquisas 
eleitorais. Segundo um levantamento Datafolha divulgado na última 
quinta-feira, Dilma lidera com folga (64% contra 36% de Aécio) as 
intenções de voto entre os eleitores com renda familiar de até 2 
salários mínimos, enquanto os dois candidatos estão numericamente 
empatados entre os votantes com renda de 2 a 5 salários. O tucano, no 
entanto, tem uma liderança confortável (61% a 39%) entre aqueles que 
ganham mais de 10 salários mínimos.
Uma análise mais próxima, no entanto, revela a cadeia de eventos que pode ajudar a explicar os votos de Hildegard e Solange.
Questões
A jornalista Hildegard Angel trabalhou no Jornal do Brasil e vem trabalhando para o jornal O Globo
 há mais de 40 anos, sendo considerada uma das mais proeminentes 
colunistas sociais do país. Nos últimos anos também passou a se 
interessar por outros temas e tem mantido um blog e uma conta no 
Twitter, por onde transmite seus pontos de vista sobre diversos temas.
A
 jornalista tem questões familiares e históricas muito fortes que a 
levam a optar pelo voto na candidata do PT, que na juventude foi 
perseguida pela ditadura: seu irmão Stuart Angel participou da luta 
armada contra o regime militar e faz parte da lista de desaparecidos 
políticos, enquanto sua mãe, Zuzu Angel, notabilizou-se por suas 
denúncias dos crimes da ditadura até sua morte, em 1976, em um acidente 
de carro sobre o qual há suspeitas do envolvimento de militares.
Tais
 origens fazem com que, embora pertença às altas rodas cariocas, 
Hildegard faça questão de defender publicamente seu voto no PT, que, 
segundo ela, possui "política econômica que prioriza o povo brasileiro, a
 multiplicação de empregos, e o desenvolvimento nacional".
Solange por outro lado, não nega avanços obtidos nos últimos anos, mas quer mais.
Ela
 diz que passou fome quando criança e que certamente as coisas 
melhoraram como um todo, mas afirma que sua vida ainda é muito difícil, 
seu poder de compra está estagnado, e sua busca por uma vida melhor a 
leva à opção pelo diferente.
"Realmente melhorou, mas eu preciso 
exigir mais. Moro num lugar violento, quero educação melhor, saúde 
melhor, menos inflação. Se ele (Aécio) cumprir as promessas, pode ser um
 bom presidente, sim".
Leia matéria completa no site BBCBrasil 

 
 
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