segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Em busca do elo perdido




A raça humana é muita criativa no tocante a comunicação. Em cada época e a depender da civilização dominante, ela utiliza alguns sons vocais para transmitir um desejo, um pensamento, etc. Esse tema nos faz retroceder no tempo para um período, antes de Cristo, onde o povo de uma região na Itália chamada Lazio (Latium) falava um idioma o qual deu origem a outros, inclusive a nossa língua portuguesa que Olavo Bilac a considerou “A última flor do Lázio”.

Estou falando do “latim”, uma língua considerada morta, mas que ainda se mantém viva em nosso idioma com expressões como: “Curriculum Vitae” que significa trajetória de vida. “Data vênia” = significa com o devido respeito. “Tripalium” – “tri” (três) e "palus" (pau) - significa torturar alguém no tripalium. Por ironia do acaso, essa é a origem da palavra trabalho.

A expressão Religião também vem do latim “religare” que significa religar o homem com suas origens divinas.

Pelo que aqui fica implícito, parece que todos os humanos quebraram esse elo de ligação com sua essência sagrada e agora há um esforço generalizado em religar esse elo.

Com esse propósito o homem criou cerimoniais de adoração ao divino e os chamou de religião. Para evitar que muitos usassem a criatividade para inserir elementos novos nesses procedimentos ritualísticos, foi criada uma coisa chamada “dogma”.

Toda religião tem que ter rituais e dogmas. Os dogmas são simplesmente verdades de uma religião que não podem ser duvidadas e nem modificadas. Quem tentar isso será considerado um “herege” e poderá ser punido dentro da “própria” lei.

Mesmo assim, muitos fiéis praticaram heresias e mudaram os dogmas de suas religiões. Foi assim que surgiram centenas de religiões no mundo e todas buscando essa religação como o divino.

Ainda existem grupos espiritualistas sem rituais e sem dogmas, portanto não podem ser considerados religiões. Os dogmas não nascem de um dia para o outro. O espiritismo, criado por Kardec, onde o sufixo “ismo” significa ideologia e não religião, o é assim porque ainda não possui rituais nem dogmas. Como o espiritismo tem uma simpatia muito grande dos católicos, ninguém se espante se este começar a absorver os dogmas ritualísticos dessa religião e se tornar uma agradável heresia dos nossos tempos.

Parece que há um consenso global de que algo aconteceu sobre o planeta e perdemos a ligação com nossa fonte divina.

Alguém pode achar que os líderes religiosos são exceções cuja missão é auxiliar o projeto “Religare” aqui na terra.  Os próprios espíritos nos informam que muitos líderes religiosos, após o desencarne, continuam perambulando pelo Umbral ou por colônias, em regiões próximas à terra, tentando praticar o “Religare” e alguns ainda acham que estão vivos entre os demais.

Há casos na própria literatura espíritas de até líderes espíritas que demoraram décadas para perceber que tinham desencarnados.


Agora fica a pergunta; onde está o elo perdido? Sem ter essa resposta fica difícil se praticar o “Religare” usando apenas os dogmas religiosos como bússola norteadora.

Conrado Dantas

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