
As noções de civilidade nos eram
passadas pelos nossos pais que nos ensinavam a sentar à mesa, respeitar os mais
velhos, higiene pessoal e ambiental, generosidade com o próximo, e cuidados com
as crianças. Tudo isso perdemos ao longo do tempo. Creio que foi a partir da
degeneração das famílias. Sem pais educados as crianças crescem sem educação.
Questões como civismo, patriotismo e
honestidade foram perdidas a partir do momento de que quem deveria dar o
exemplo não o fez. Hoje em dia ser civilizado é “frescura”, e ser patriota e
honesto é “babaquice”. Tudo está acontecendo conforme previu Rui Barbosa. Mais
onde a coisa tem me chamado mais a atenção é na questão de direitos e deveres. Qualquer
pessoa acha-se no direito de fazer o que bem entender mesmo que sua atitude
atente contra o direito do seu próximo.
Vejamos alguns casos: Qualquer “Zemané”
acha-se no direito de entupir os ouvidos dos outros com o som que ele gosta de
ouvir, não respeitando o gosto alheio, o repouso dos idosos e enfermos, e mesmo
daqueles que buscam paz no silencio das suas casas. Qualquer um acha-se também
no direito de infligir qualquer norma, regra ou lei pois sabe da impunidade
reinante. Para escapar de possíveis penas basta subornar ou ser amigo de alguma
autoridade.
As pessoas perderam também a noção do
certo e do errado, do que lhe é de direito ou não. Por exemplo: Ouço pessoas
reclamando e ameaçando apelar para a justiça por falta de empacotadores nos
caixas dos supermercados ou simplesmente porque alguma loja cobra frete para
entregar a mercadoria em domicilio. Não entendem essas pessoas que serviços
como estes são opcionais por parte de quem os oferece como forma de criar
atrativos para os clientes. Ora, se um supermercado não em disponibiliza
empacotadores vou preferir um que o faça. Tudo depende da minha conveniência.
Mas não poço obrigar o dono da loja a atender a minha expectativa.
A coisa anda tão absurda que
recentemente um sujeito lá do Rio de Janeiro (tinha que ser carioca) entrou na
justiça exigindo indenização por parte do clube Vasco da Gama porque, como
torcedor, estaria sofrendo humilhações por parte dos torcedores rivais pelo
fato do clube está na segunda divisão. O juiz, é claro, indeferiu o pedido e
como bom flamenguista orientou o torcedor vascaíno a torcer por outro clube
carioca, de preferência um que nunca tivesse sido rebaixado.
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