Como
 parte da cobertura especial das eleições de 2014, a BBC Brasil usou as 
redes sociais para convidar seus leitores a apontar quais, em sua 
opinião, serão os temas e desafios prioritários ao próximo presidente da
 República.
A partir das sugestões dos leitores, a equipe da BBC 
Brasil levou às assessorias do presidenciáveis três questões 
relacionadas a saúde e segurança pública.
Dentre os 11 candidatos à
 Presidência, oito responderam: Aécio Neves (PSDB), Eduardo Jorge (PV), 
José Maria Eymael (PSDC), Luciana Genro (PSOL), Marina Silva (PSB), 
Mauro Iasi (PCB), Pastor Everaldo (PSC) e Zé Maria (PSTU).
Não se manifestaram os candidatos Dilma Rousseff (PT), Levy Fidelix (PRTB) e Rui Pimenta (PCO).
Confira agora as respostas dos candidados:
1 - BBC Brasil: Por que a violência policial não tem sido tema nas campanhas dos candidatos presidenciais?
Aécio Neves:
 Há diferenças entre as dificuldades das polícias de Estado para Estado.
 Não é possível resolver os problemas enfrentados no Rio de Janeiro da 
mesma forma que eles precisam ser resolvidos na Bahia ou no Amapá. Por 
isso, não podemos tratá-la de forma nacional. Podemos dizer que algumas 
ações devem ser avaliadas para todos os Estados como, por exemplo, 
definição de protocolos mais claros, procedimentos bem determinados e 
controle externo.
Eduardo Jorge: No nosso tem 
sido. Defendemos apoiar a PEC 51/2013, que propõe uma reformulação 
profunda no atual sistema de segurança público brasileiro atribuindo 
responsabilidades à União, Estados e municípios. O seu eixo é a criação 
de uma única polícia pela fusão das polícias civil e militar, com a 
criação de uma carreira única de formação e valorização do policial e 
uma ampla reforma do modelo policial atual.
Luciana Genro:
 Temos abordado em diversos debates a necessidade de se combater a 
violência policial, através da desmilitarização da PM, treinamento das 
polícias com ênfase em direitos humanos e segurança cidadã. Propomos o 
fim da chamada "guerra às drogas". Sabemos que esse modelo faliu em todo
 o mundo. Precisamos descriminalizar e regulamentar o uso da maconha, 
acabando com a lógica do encarceramento em massa da juventude pobre e 
negra no Brasil.
Marina Silva: A segurança 
pública não pode ser tratada como uma questão de polícia apenas. Nossa 
proposta é modernizar e integrar a base de dados das polícias, aumentar 
os investimentos em informação e inteligência e investir em recursos 
humanos para as Polícias Civil e Militar, a fim de melhorar a capacidade
 investigativa e técnico cientifica, bem como estabelecer sistemas de 
metas de esclarecimento de crimes conjuntos entre as polícias.
Mauro Iasi:
 Os candidatos do PCB tratam deste tema. Este aparato repressor que se 
mantém intacto, como uma herança perversa da ditadura que se instalou no
 Brasil através do golpe empresarial-militar de 1964, precisa ser 
destruído. A polícia precisa ter como estratégia a garantia da vida, da 
paz e a proteção ao povo trabalhador. É inadmissível que sejam feitas 
operações de guerra em áreas densamente povoadas.
Pastor Everaldo:
 De nossa parte sempre condenamos a violência policial contra civis 
inocentes, assim como sempre louvamos os bons policiais e entendemos que
 a força policial possui um papel fundamental na democracia ao coibir a 
violência e prestar o serviço de segurança pública. Segurança é a razão 
primária da existência de um governo e essa meta só será atingida com 
uma força policial bem treinada, equipada e financeiramente valorizada.
Zé Maria:
 Porque tanto Dilma quanto Marina e Aécio não veem nenhum problema na 
escalada da violência policial que assistimos no último período. Mais 
ainda, esse é o modelo de polícia e segurança pública que propõem e 
defendem. É preciso acabar com essa polícia, desmilitarizar a PM, que é 
uma herança da ditadura militar e substituí-la por uma polícia civil, 
unificada, controlada pela população.
2
 – Wanderson Assis (via Google+)
 - "Qual sua proposta para a efetiva 
valorização da polícia, tanto militar quanto civil, e para melhoria na 
estrutura - equipamentos, contingente etc – usados por ela?"
Aécio Neves:
 Primeiro investiremos na integração das polícias. Essa integração se dá
 pela definição de procedimentos, atuação conjunta e um eficiente 
sistema de informação e inteligência. Essas ações permitirão melhorar as
 condições de trabalho e a profissionalização. Outro passo importante 
será a integração com o Ministério Público que, como em todo mundo, deve
 participar mais das investigações de crime.
Eduardo Jorge:
 É a proposta reproduzida acima. Para conhecer o teor integral de nossa 
proposta, acesse as diretrizes no site da minha candidatura.
Luciana Genro:
 É necessário melhorar os equipamentos de trabalho. Contudo, a principal
 mudança passa por alterar a lógica de funcionamento da polícia, que 
deve deixar de ser militar e deve ter seu treinamento e formação baseado
 no respeito aos direitos humanos. Os policiais são submetidos muitas 
vezes a torturas durante o treinamento. A valorização salarial passa 
pela criação do piso nacional salarial, a criação da carreira única, 
permitindo ascensão de patentes.
Marina Silva: Vamos
 trabalhar para capacitar o policial. Queremos criar um Programa 
Nacional de Capacitação Policial e desenvolver um padrão de ensino e 
treinamento dos policiais; propomos a implementação de planos de 
carreira, de formação e de capacitação para o ciclo completo da ação 
policial (preventivo, ostensivo e investigativo), de avaliação de 
desempenho por metas e de indicadores combinados para as polícias Civil e
 Militar a fim de estimular sua atuação conjunta.
Mauro Iasi:
 O policiamento deve ser comunitário, sob controle popular e não com uma
 ótica repressiva. Por isso o PCB propõe a desmilitarização das 
polícias, com a sua readequação para a prioridade à investigação, ao 
trabalho de inteligência e à proteção comunitária, com todo o 
aparelhamento necessário, melhoria salarial, planos de cargos e salários
 e condições dignas de trabalho a estes profissionais.
Pastor Everaldo:
 Defendemos a aprovação da PEC 300, que cria um piso salarial para as 
polícias militares e bombeiros e vamos criar o Ministério da Segurança 
Pública, que terá como finalidade a avaliação e aplicação de políticas 
públicas de valorização do policial, bem como seu treinamento e 
estruturação de equipamentos, entre outras medidas necessárias para o 
bom andamento desse valoroso serviço público.
Zé Maria:
 Quando os policiais fazem greve e mobilizações por salários e melhores 
condições de trabalho, o PSTU os apoia ativamente. O PSTU defende a 
desmilitarização da PM e a formação de uma força policial única, civil, 
controlada pela população e com plenos direitos de greve e 
sindicalização. É desta forma que os policiais deixarão de ser 
explorados e, ao mesmo tempo, a polícia deixará de ser essa força contra
 os pobres e trabalhadores que é hoje.
Eymael: As
 polícias civis e militares, grandes responsáveis pela manutenção da 
ordem e da segurança em todos os estados, receberão de nossa parte toda a
 atenção as suas demandas.
3 - BBC Brasil: Qual seu projeto para modernizar hospitais e postos de saúde no interior do país?
Aécio Neves:
 No nosso governo vamos aumentar os investimentos em saúde para 10% do 
Orçamento, além disso, vamos criar clínicas especializadas em que os 
cidadãos poderão se consultar, fazer exames e retirar medicamentos em um
 só lugar, sendo que as cidades do interior serão contempladas por esse 
projeto.
Eduardo Jorge: Investir na formação de 
médicos de saúde da família, criando carreira nacional. Fortalecer a 
Atenção Básica de Saúde e torná-la, de fato, coordenadora no cuidado e 
ordenadora da rede de serviços de saúde. Ampliar a cobertura do SUS, 
priorizando as áreas e regiões mais carentes, e melhorar a distribuição e
 disponibilidade de serviços para garantir a equidade de acesso e 
reduzir os deslocamentos dos usuários para áreas distantes das suas 
moradias, trabalho, estudo ou espaço onde organizam suas vidas.
Luciana Genro:
 O Brasil gasta apenas 4,1% do PIB com o SUS – quando a média dos países
 mais desenvolvidos é 8,3%. Nossa principal proposta é combater o 
subfinanciamento do setor público, iniciando um processo de 
desprivatização que permita ao SUS se realizar como sistema que 
universalize de fato o direito à saúde no país. Precisamos contratar 
mais profissionais da saúde e oferecer bons salários. A saúde pública 
deve ser gerida pelos próprios trabalhadores da área e não por políticos
 que trocam seu apoio no governo por cargos em ministérios e hospitais.
Marina Silva: Vamos
 ampliar os recursos à Atenção Básica e repensar a distribuição da 
oferta. Por isso, propomos: construir 100 hospitais voltados para o 
atendimento regional, possibilitando a incorporação dos leitos perdidos 
pelo SUS ao longo dos últimos anos; criar procedimentos que viabilizem a
 contratação de leitos com os prestadores de serviços a fim de expandir o
 total da oferta de leitos; construir 50 maternidades; dotar cada uma 
das 435 Regiões de Saúde de uma policlínica regional para atendimento de
 média complexidade.
Mauro Iasi: O PCB participa 
ativamente das frentes de lutas contra a privatização e pela 
universalidade do acesso à saúde pública, estatal e de alta qualidade. 
Propomos o investimento exclusivo dos recursos estatais voltado à 
expansão dos serviços do SUS, que deve ser 100% estatal, como uma 
necessidade para se promover a atenção digna à saúde dos trabalhadores e
 de toda a população. No lugar da construção de grandes hospitais, o 
investimento será feito nos programas de Saúde da Família.
Pastor Everaldo:
 A parceria com municípios é essencial, pois o governo central fica 
muito longe desses municípios e é difícil a comunicação acerca das 
necessidades das populações interioranas. Em longo prazo, pretendemos 
fazer uma reforma do pacto federativo que inverta a lógica da repartição
 tributária no país, concedendo a maior parte dos tributos para os 
municípios, de forma que a população local possa gerir de maneira mais 
eficiente esses recursos e destiná-los para onde são mais necessários, 
como na modernização de unidades de saúde.
Zé Maria:
 Temos que estatizar a saúde privada, ampliar os investimentos em saúde 
pública, acabar com as privatizações no setor, como a transferência da 
gestão para as OS's (Organizações Sociais), acabar com a terceirização e
 investir na valorização e contratação de profissionais de saúde, assim 
como na estrutura e equipamentos. Vamos investir também 10% do PIB para 
garantir hospitais e postos de saúde em número suficiente, equipados 
adequadamente, e com profissionais pagos dignamente, para atender toda a
 população.
Eymael: Manter as atuais conquistas e
 implementar, através do desenvolvimento, uma saúde moderna, com 
hospitais e centros de atendimentos bem equipados e com profissionais 
competentes, capaz de atender às necessidades de todos os brasileiros é 
objetivo fundamental da Democracia Cristã. (BBCBrasil)



 
 
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