
Os
povos mais primitivos encaravam o sexo com naturalidade. Quando os jovens
atingiam a puberdade e o desejo sexual surgia, o relacionamento era inevitável
como qualquer outra necessidade fisiológica. A hipocrisia e maldade humanas
criaram tantas regras e empecilhos a estes relacionamentos que entortou a
cabeça das pessoas. Não foram poucos os líderes políticos e religiosos que tomaram
para si o “fardo”, o “sacrifício” de “proteger” as jovens viúvas, mães
solteiras, ou outras “pecadoras” quaisquer as levando para viver sob o mesmo
teto.
Havia
antigamente uma tradição em que o pai entregava sua filha virgem ao rei para
que a deflorasse, e depois exibia com orgulho para os amigos o certificado de
que a primeira noite da filha foi com o rei. Fornicação é um dos termos
utilizados para definir uma relação sexual. Em Inglês, fornication. Assim se
explica o termo inglês “fuck” (transar). Houve uma época, na Inglaterra, em que
os casais só poderiam ter relações com o consentimento do rei. Quem recebia
este “consentimento” ostentava um cartaz na porta da casa com os seguintes
dizeres: Fornication Under Consentiment of the King (FUNK). Chique, não? Para
mim é pura tirania, safadeza e hipocrisia, entre outras coisas.
Algumas
religiões antigas permitiam, e algumas ainda permitem, a poligamia. Não vejo
mal algum, desde que o “garanhão” possa sustentar as mulheres com bom padrão de
vida, e, principalmente, que cada uma delas tenha aceitado livremente este tipo
de casamento. Nunca por imposição de quem quer que seja. Mas entre algumas
daquelas religiões, os líderes gozavam da primazia de escolher entre as mais
jovens e belas mulheres da comunidade aquelas que seriam suas esposas. E elas
eram obrigadas a aceitar.
E
onde entra o amor nessa história? Algumas pessoas afirmam que uma boa relação
sexual depende exclusivamente do amor entre os parceiros. Não concordo. Amor e
sexo são duas coisas distintas. Como disse Arnaldo Jabor, “amor é bossa nova,
sexo é carnaval” (vejam no texto “Amor e Sexo” musicado por Rita Lee). Com isso
ele quis dizer que amor é pra sentir, sexo é pra desfrutar. Um é sentimento o
outro é prazer. E por aí vai. Quando sexo e amor coexistem, a felicidade é
total. Sexo sem amor pode ser bom, mas amor sem sexo é uma droga. Pode-se
vivenciar uma tórrida paixão com muito sexo, mas como a paixão é um sentimento
fugaz, logo ela passa e dá lugar ao amor. Mas, quando a paixão termina em
desilusão o efeito é devastador.
Por
isso defendo o sexo antes do casamento. As lideranças comunitárias deveriam se
preocupar mais em orientar do que ameaçar com o fogo do inferno os jovens
adolescentes. Fazer com que entendam que o sexo é uma coisa natural, inerente a
todos os seres vivos como qualquer outra necessidade fisiológica como comer,
beber, coçar. Entretanto, não se deve esquecer de esclarecer sobre os perigos
das doenças sexualmente transmissíveis, a gravides indesejada e as formas de
prevenção. E, acima de tudo, deve ser consensual, ou seja, desejado de ambas as
partes. Sem sentimentos de posse ou violência de qualquer natureza.
Chega de mentiras e hipocrisia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário