A saga da
heroína feirense Maria Quitéria na Guerra da Independência da Bahia é contada
na nova obra do escritor feirense Alberto Peixoto. O livro "Quitéria e o
Bando de Cleonice" será lançado em Feira de Santana em duas oportunidades:
nesta quinta-feira (10) no Espaço Cidade da Cultura, a partir das 19h; e no dia
13 no Beco da Energia, a partir das 8h - quando também será lançada a segunda
edição de "Das Dores, a difícil vida fácil".
A nova obra de
Alberto Peixoto é resultado de uma ampla pesquisa histórica feita pelo próprio
autor durante três anos. A história tem resquícios fictícios que se confundem
com a realidade, proporcionando ao leitor uma verdadeira viagem no tempo.
No enredo
criado por Peixoto, Maria Quitéria e Cleonice - uma negra fugida que lidera um
bando de saqueadores - lutam juntas na Guerra da Independência. Quitéria de
forma oficial, após alistar-se nas Forças Armadas usando a identidade de homem.
E Cleonice de maneira "clandestina", entrando no combate contra os
portugueses pelo simples e puro sentimento de amor a pátria.
Através de sua
narrativa, Peixoto consegue levar o leitor aos cenários perfeitamente
detalhados da Feira de Santana do século XIX. Utensílios domésticos,
vestimentas e outros objetos da época compõem a história de forma bastante
natural. A característica linguística do período colonial, marcada pela forte
influência dos portugueses, dos negros escravos, e da falta de escolaridade, é
outro aspecto evidenciado perfeitamente na obra.
O contexto
social é bastante presente em situações que mostram singularidades do
coronelismo na época, desde a questão política entre fazendeiros e
comerciantes, à relação dos coronéis com seus escravos e
"escravas-amantes". Em sua quinta obra, Peixoto consegue estabelecer
uma linha tênue entre ficção e realidade, um dos aspectos mais difíceis de
serem alcançados dentro de um processo criativo. E demonstra uma maturidade literária
que o consolida como um dos principais escritores baianos na atualidade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário