terça-feira, 20 de julho de 2021

Não é segunda, não é dia de crônica, mas é DIA DO AMIGO

 

        Hoje é o Dia do Amigo, embora amigo seja aquele que é para todo dia, o dia todo. Existem amigos para todos os gostos. Os temporários, os de ocasião, os de gostos específicos, os que ouvem as confissões e te apoiam até quando você enfia o pé na jaca, os que dão conselhos que a gente ouve e mesmo não seguindo acha bom ter um amigo que dá conselho.

Amigo é bom porque a gente pode mentir e ele continua acreditando na gente mesmo sabendo que é mentira. Afinal, os amigos sabem que nós sempre vencemos, conquistamos as mulheres mais perfeitas, bebemos industrialmente sem ter ressaca, e somos ases financeiros. Ou, se for uma amiga, é aquela que você pode contar que achou o cara ideal - ideal, de cara - elegante, sincero, bem-sucedido, capaz de te levar ao céu sexual, se sexo for no céu. Que diz que você não está gorda, encobre seu pecado capital, te empresta aquela blusa perfeita e reparte as angústias matrimoniais como se fosse pão comunitário, tornando tudo relativo.

Há amigos de infância e amigos que ficam pelo caminho. Às vezes não era amigo, às vezes, até era, mas era amigo com tempo de validade, o que não o faz menos amigo pelo tempo que durou.  

 Há amigos que são a tábua de salvação – ou o contrário. Outros que fazem rir, cometer perdões, escrever roteiros, e os que repartem o melhor vinho, porque amigo mesmo é como cartão de crédito: existe para ser usado sem limite, ainda que vez ou outra a fatura cause dor de cabeça.

Amigos são nossa memória externa, cúmplice, e não tribunal de julgamento - para isso já existe todo resto da humanidade - por isso é amigo, afinal, amigo, na melhor versão, é um abraço na hora certa, seja fracasso ou glória. Amigo, quando somos rascunhos ou arte final. Amigo é um álibi para continuarmos existindo. Dele não se exige presença; se exige permanência.  

Como disse Vinicius: “Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos”.

Obrigado aos que me aceitam, ou toleram, como amigo. Eu enlouqueceria...

 

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