Os amigos o chamavam de Carlinhos, e os mais íntimos, de Carlinhos Ceguinho, porque ele usava óculos. Eu não tinha aproximação com ele porque sua turma era de alunos mais adiantados, como Fernando Risadinha, Deusimar, Joel Luciano, que, mais tarde, assim como ele, vieram a ser meus amigos. Foi só no início dos anos 80, quando eu e Maura fomos morar no conjunto Milton Gomes, onde ele tinha um bar com o sugestivo nome de “Lá em Casa”, que eu passei a frequentar e me aproximei dele, nascendo ali uma grande amizade. Ele já estava casado com Lurdinha ela e Maura também se tornaram muito amigas. Eles já tinham os três filhos. Patrícia, Marcelo e Caroline, por quem eu sempre tive um carinho paterno.
Wilson, Cristóvam e Carlinhos |
Cristóvam, Chicão,Carlinhos e Fernando |
Torcedor fanático do Flamengo, em dia de jogo o bandeirão do Flamengo era estendido na frente do Bar. Um dia ele me disse que iria se “aposentar” como torcedor. E explicou: Eu já ganhei inúmeros campeonatos Cariocas, cinco Brasileiros, Taça Libertadores e Campeonato Mundial de Clubes. Deixa agora pros outros”. Eu ri muito e resolvi contar a estória em uma materinha bem curtida no jornal Tribuna Feirense, com direito a foto da família devidamente uniformizada junto ao bandeirão do Flamengo na frente do Bar. É claro que ele não se aposentou e em dia de jogo continuou sendo uma festa.
Carlinhos e os filhos Marcelo, Patricia e Carol. |
Carlinhos nos deixou na noite de domingo (25), vítima de Covid 19. Mas a sua alegria, bom humor e os sons dos seus violões e guitarras ainda vão repercutir por muito tempo entre os seus amigos que, como eu, aguardam a hora do reencontro, para continuarmos essa estória em outro plano da existência. Isso não é um adeus, meu amigo. É um até logo.
“A Saudade Que Ficou”. Renato e seus Blue Caps. Umas das que você mais gostava de cantar e será sempre a nossa lembrança...
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